PG investe na arborização da Via Expressa Sul

Mais de mil árvores foram plantadas ao longo da estrada

Por João Carlos Miranda | 18/6/2007

A Secretaria de Serviços Urbanos (Sesurb) está gradativamente transformando em um grande jardim as áreas verdes da Via Expressa Sul. Além de grama e arbustos, já plantou mais de mil árvores ao longo dos 10 quilômetros da via. É um trabalho contínuo, que vem alterando a paisagem. Só neste ano foram inseridas 400 palmeiras imperiais e da espécie Cariota mitis. E desde maio mais 200 novos espécimes estão sendo implantados: quaresmeiras, ipês, pau-brasil, pau-ferro e flamboyant. O trecho beneficiado fica entre os bairros Boqueirão e Aviação.

Em razão da nova vegetação, quem transita ao longo da Via Expressa, principalmente ciclistas e pedestres, já percebeu o aumento do número de pássaros. Além de garças, chama a atenção o casal de corujas que montou ninho no canteiro da passagem Oswaldo Toschi (4), na altura do Bairro Mirim.

Segundo explicou a bióloga e coordenadora de Educação Ambiental da Secretaria de Educação (Seduc), Glória Bruno, o aumento na oferta de alimento e abrigo está desencadeando um ciclo natural, atraindo as espécies. “A arborização resgata um pouco do habitat das aves, destruído ao longo dos anos pelo desenvolvimento urbano. É uma reação esperada. As árvores são abrigos, locais para os ninhos e, claro, fontes de alimento, seja para pássaros frutíferos ou insetívoros”.

No caso das garças, a bióloga disse que a maior atração são os pequenos peixes (guarus ou barrigudinhos) existentes nos canais. “A migração para os canais já foi percebida em outros locais, como Santos. A oferta de alimento mais fácil e em quantidade está atraindo as aves”.

Arborização - No aspecto urbanístico, a arborização traz diversos benefícios, como ressaltou o chefe da Divisão de Praças e Áreas Verdes da Sesurb, Marcelus Condé: “As árvores são barreiras naturais de som, reduzem a propagação de poeira, amenizam o microclima ao redor, umidificando o ar (uma árvore isolada pode transpirar, em média, 400 litros de água por dia, produzindo um efeito refrescante, equivalente a cinco condicionadores de ar funcionando vinte horas por dia), e oferecem sombreamento. Todos estes itens, somados, representam melhor qualidade de vida para a comunidade”.

Como explicou Condé, apesar das mudas terem, em média, 3 metros de altura, o resultado do plantio não é imediato. “Trabalhamos como auxiliares da natureza, mas quem faz o trabalho mesmo é ela. Há espécies que, para alcançar um tamanho mínimo, adequado, necessita de três a cinco anos. Dentro deste espaço de tempo, algumas mudas não se desenvolverão, o que é normal. Serão substituídas. O mais importante é que todo o processo tem acompanhamento. É um trabalho intenso, mas que vale a pena”.

O chefe da Divisão de Praças e Áreas Verdes da Sesurb ressaltou que o trabalho beneficiará várias gerações. “Uma árvore vive dezenas de anos. A palmeira imperial, por exemplo, vive mais de 100 anos e cresce continuamente, chegando a ter de 18 a 40 metros de altura.

Por isso é importante investir agora. Se no passado tivéssemos essa consciência, com certeza não teríamos problemas climáticos hoje”.
Atualmente há 100 praças oficiais e 50 áreas verdes em Praia Grande.

Condé citou como mais uma das ações efetivas da Prefeitura, nos últimos anos, a urbanização da orla da praia. Foram plantados cerca de 5 mil coqueiros ao longo de 22,5 quilômetros, além de vegetação rasteira e arbustos nos jardins. Também foram urbanizadas diversas praças e áreas públicas.

Projeto – O secretário de Serviços Urbanos, Sergio Bonito, informou que a Prefeitura está desenvolvendo um projeto de arborização para todo o Município. Prevê o plantio de mais de 20 mil árvores (com 3 metros de altura e 5 centímetros de tronco) de diversas espécies, nas principais vias. “Já se comprovou que a arborização de uma área mexe com a cadeia ecológica, como observamos na Via Expressa Sul. Além disso, embeleza. As sombras proporcionam bem-estar. Cria uma identidade própria dos bairros, das ruas”, afirmou.

A execução do projeto também visa conscientizar a população sobre a importância da preservação de áreas verdes e da recuperação do meio ambiente. “Haverá distribuição de material educativo com orientação sobre como plantar e cuidar de uma árvore em zona urbana, obedecendo a critérios técnicos e paisagísticos. O plano deve estar disponível para execução ainda este ano”.

As espécies selecionadas são (nome popular): aldrago, aroeira, aroeira mole, camboatá vermelho, chuva de ouro, canelinha, caroba, catuaba, falso-barbatimão, fedegoso, grandiuva, guabiju, guabiroba, ingá, ipê amarelo, ipê branco, ipê de jardim, ipê roxo, jasmim manga, leiteiro, magnólia, mamica de cadela, manacá da serra, mirindiba, oiti, pau brasil, pau formiga, pau viola, quaresmeira, sapucaia, sapucainha, sibipiruna, tarumã, canafistula, jacarandá mimosa, cássia rósea, flamboianzinho, flamboyant e palmeira imperial.