Praia Grande consolida desenvolvimento
Cidade completa 41 anos e ganha mais de R$ 200 milhões de investimentos sociais
Por | 15/1/2008

Considerada no passado o “patinho feio” da Baixada Santista, Praia Grande completa 41 anos no próximo sábado (19) consolidando seu desenvolvimento e sendo apontada como exemplo em várias áreas da Administração Pública. Além da atenção maior dada para áreas como Esportes, Lazer e Cultura, a partir de 2005, a Prefeitura entra em 2008 com a meta de continuar investindo em Educação e na infra-estrutura, setores que devem absorver só este ano mais de R$ 200 milhões.
Ao fazer um balanço do ano e apontar as perspectivas para Praia Grande, o prefeito Alberto Mourão assegura que há muito que comemorar neste aniversário de emancipação político-administrativa do Município, desmembrado oficialmente de São Vicente em 19 de janeiro de 1967. O dia do aniversário será comemorado com missa, baile e show gratuito na praia.
Para Mourão, a Cidade consolida-se cada vez mais pela sua organização, por projetos arrojados e por dar saltos de décadas na qualidade de vida que oferece para sua população, estimada em cerca de 245 mil habitantes mas que, em função de possuir mais de 100 mil imóveis de veraneio, nunca tem menos de 400 mil pessoas, mesmo fora da temporada. No verão, a população chega a atingir um milhão de pessoas e a ultrapassar esse número em datas como a passagem do ano e carnaval.
Depois de mais de dez anos de obras na área de infra-estrutura, atendendo demandas que se acumulavam desde a emancipação, e de uma revolução, iniciada em 1993, que mudou a imagem negativa que possuía no País, o Município iniciou, em meados 2005, uma nova era: investimentos públicos nas áreas de esportes, cultura e lazer, e com projetos arrojados, em direção a um desenvolvimento que marcará uma nova etapa em sua história.
Unifesp - Num balanço sobre o ano que findou, o prefeito afirma que a maior parte das metas foi cumprida e até superada. “Não só as metas físicas, mas as políticas, na medida em que negociações importantes deram resultado”. Nesse sentido, considera um dos principais destaques de 2007 a assinatura do acordo entre Prefeitura e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) para a gestão do Hospital Municipal, a partir de março deste ano.
Mourão revelou que a parceria com a Unifesp poderá se estender também para a área de atendimento ambulatorial público, mas não quis dar maiores detalhes, alegando que o projeto está em fase de entendimentos com a entidade e o Governo do Estado.
A assinatura de convênio com o Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), em dezembro, para a realização de obras de infra-estrutura previstas no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) foi também destacada pelo chefe do Executivo.
O lançamento do projeto SuperEscola, que une Educação, Esporte e Lazer numa verdadeira inclusão social para 20 mil estudantes da rede pública de ensino, e que estará funcionando plenamente a partir de março, foi outro avanço considerado dos mais importantes por Mourão, dos obtidos pelo Município no ano passado.
Lembrou ainda o sucesso na área de Esportes, principalmente com a realização dos Jogos Abertos do Interior, o “segundo maior evento da América do Sul”, dos Abertos Brasileiros, do Mundialito de Karate e dos Jogos Estaduais dos Idosos.
A entrega do último trecho da Via Expressa Sul, estrada construída pela Prefeitura em substituição ao antigo Acesso 291 da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, que uniu os vários bairros da Cidade, foi também considerada destaque da Administração em 2007.
Aeroporto – Entre as metas estabelecidas para este ano, entre mais de 100 ações que relacionou, Mourão destacou a concretização do projeto de implantação do Condomínio Industrial Alfandegado, dotado de aeroporto de cargas. Nesta terça-feira (15), manteve reunião em São Paulo com um grupo de empresários interessados em investir no projeto e afirmou que, “em 30 dias, poderão ser anunciadas as novidades que viabilizarão o empreendimento”.
A área industrial com aeroporto de cargas deverá ser implantada em gleba situada na margem esquerda da Rodovia Pedro Taques, sentido São Vicente, e deverá absorver investimentos de mais de R$ 1 bilhão, que poderão gerar de cerca de 20 mil empregos ao longo de uma década. O condomínio funcionaria como um modal, ligando o transporte rodoviário, ferroviário e aéreo com o Porto de Santos.
Das obras previstas pelo prefeito para este ano, excetuando o investimento no aeroporto, que terá recursos privados, Praia Grande deverá investir mais de R$ 200 milhões em obras nas áreas de Promoção Social, Cultura, Educação, Saúde, Infra-Estrutura, Habitação e Urbanização.
Entre as obras relacionadas pelo prefeito estão a construção de mais duas sedes do programa Conviver, 180 casas populares, 14 novas unidades de ensino e conclusão do Palácio das Artes e da urbanização da Avenida Costa e Silva e da Avenida Ecológica.
Pelo PAC, as principais obras para este ano, com financiamento do BNDES no valor de R$ 123 milhões, feito pela Prefeitura, estão serviços de drenagem e pavimentação na região do Trevo e Melvi, Vila Mirim III, Caieiras e Jardim Real. Além disso, a canalização dos cursos d’água Praião, Acaraú-Mirim, Gilberto Fouad Beck e Xixová.
Programa - A data magna do Município será marcada por Missa de Ação de Graças, a partir das 8 horas, na Igreja Santo Antonio, no Boqueirão. Na Fortaleza de Itaipu, acontece, a partir das 21 horas, a III Noite Tropical, baile oficial da cidade, para convidados, que terá como principal atração show da cantora Daniela Mercury.
Quem não pode ir ao baile não fica fora da festa: no dia 19, às 23 horas, também como parte da programação de aniversário apresenta-se o grupo Falamansa, na Praia Aviação, a partir das 23 horas. E, ainda como parte dos festejos, Daniela Mercury também sobe ao palco da Aviação, no dia 20, a partir das 20h30, para um show que promete agitar ainda mais a areia das praias da Cidade. As apresentações na praia são gratuitas e integram o projeto O Show do Verão é Você, iniciado dia 4 e que vai até dia 26 deste mês.
História – Idas e vindas na luta pela autonomia marcam a história de Praia Grande, que começa em meados de 1532, durante a colonização da área de São Vicente, hoje conhecida como Japuí.
O povoamento da Cidade, cujo nome é derivado da palavra tupi "Peabuçu", que significa porto grande, iniciou-se a partir da chegada de Martim Afonso de Souza e, durante três séculos, caracterizou-se pela presença de núcleos caiçaras, entre a encosta do Morro Xixová e a divisa com Mongaguá. Embora desde o final do século XIX já existissem núcleos de povoação estabelecidos no Boqueirão, Guilhermina e Solemar, entre outros, o desenvolvimento do então bairro vicentino só teria início com as construções da Fortaleza de Itaipu (entre 1902 e 1910) e da Ponte Pênsil (em 1914). A construção da Estrada de Ferro Santos - Juquiá (1912) e, tempos depois, da Estrada de Ferro Sorocabana, também contribuíram para a formação do Município.
A primeira ocupação da orla da praia, que permanecia intacta, ocorreu em 1936 com a fundação do Aeroclube de Santos, posteriormente Aeroclube de Praia Grande, área de pouso e decolagem hoje desativada, no coração do Bairro Aviação.
As primeiras construções começaram somente em 1945, no Boqueirão. Nessa época, Antonio Augusto de Sá Lopes acabou se destacando como um dos principais incentivadores da expansão imobiliária, sempre acreditando no potencial turístico da Cidade. Sá Lopes promovia excursões nas décadas de 30 e 40, atraindo milhares de pessoas, principalmente de Santos, com boatos sobre a existência de uma enorme baleia nas imediações da Praia Boqueirão.
Apesar de o mamífero nunca ter sido visto, os visitantes ficavam encantados com o clima de tranqüilidade e com o bonito visual das praias da Cidade, com os caiçaras puxando suas redes de pesca. Muitas pessoas decidiram comprar terrenos a partir dessas excursões.
Esse trabalho de Sá Lopes, juntamente com a construção da Via Anchieta e a expansão da indústria automobilística, acabaram promovendo um processo de êxodo semanal do Planalto à região, provocando a valorização das terras na orla da praia. Os principais loteamentos totalmente organizados foram o Jardim Guilhermina e Cidade Ocian, que dão nome a dois dos principais bairros da Cidade.
Emancipação – Os ideais de emancipação de Praia Grande começaram a ser disseminados bem antes da conquista, que ocorreu em 1967. Havia já no início da década de 50 um descontentamento da população do então bairro, diante dos poucos recursos destinados pela prefeitura vicentina ao local. Em 1953 aconteceu o primeiro movimento pró-emancipação do distrito de Solemar, liderado por Julio Secco de Carvalho, sem êxito.
Em 1958, o vereador Oswaldo Toschi esteve à frente da comissão pró-desmembramento de Praia Grande. A pretensão do grupo pouco sensibilizou os políticos da região e a Assembléia Legislativa vetou o pedido de emancipação, alegando falta de documentação.
Quatro anos depois, em dezembro de 62, foi realizada reunião no Hotel Maracanã, presidida pelo deputado Hilário Torloni, para discutir novamente as possibilidades de emancipação. Na ocasião, foi formada uma comissão que fundou o Movimento Pró-Emancipação, oficializado em 17 de junho de 1963.
Cinco meses mais tarde, a Comissão Administrativa e Judiciária da Assembléia Legislativa aprovou o desmembramento de Solemar e do subdistrito do Boqueirão. Em 8 de dezembro de 1963 foi realizado o plebiscito para homologar a emancipação.
Dos 707 eleitores - moradores do então Distrito de Solemar -, 680 votaram a favor, 12 em branco e 15 anularam o voto. O resultado foi referendado pela assembléia dos deputados, com o encaminhamento da lei que criaria o Município de Praia Grande. Em 31 de dezembro do mesmo ano, o governador do Estado, Adhemar de Barros, aprovou a criação do Município de Praia Grande.
Revés - Em março de 1964 ocorreu um novo revés: a Prefeitura de São Vicente impetrou mandado de segurança contra o plebiscito. Em abril, os atos foram sustados pelo Tribunal de Justiça do Estado. A eleição do prefeito e vereadores foi suspensa até o julgamento do mérito pelo Tribunal.
Após cansativo trabalho de advogados e juristas e de um movimento de bastidores liderado pelos deputados Hilário Torloni, Oswaldo Massei e Ítalo Fittipaldi, Praia Grande conseguiu ter seus direitos reconhecidos como município autônomo em 16 de outubro de 1966, quando o Supremo Tribunal Federal sentenciou a legitimidade da separação.
O Município foi oficialmente instalado em 19 de janeiro de 1967, com a posse do interventor federal, Nicolau Paal. O primeiro prefeito eleito foi um dos líderes do movimento de emancipação, Dorivaldo Loria Junior, que viria a ser prefeito da Cidade por três vezes.
Modernidade – Quem não vem a Praia Grande desde o início da década de 90, se espanta com as mudanças. Após a emancipação e até por volta de 1992, Praia Grande acabou se transformando num balneário popular, com crescimento e turismo desordenados, que contribuíram para uma imagem negativa, associada ao que se chamou de “farofada”, numa alusão a um dos ingredientes dos piqueniques que eram feitos na areia, ao longo dos 24 quilômetros de praias, quando centenas de ônibus com turistas de um dia invadiam a cidade.
Em janeiro de 1993, com a edição de uma legislação disciplinando o trânsito desses ônibus na Cidade, obrigando-os a um destino certo em locais estruturados, com água e condições de recepção dos banhistas, o Município passou por grande transformação. As mudanças prosseguiram com a construção de calçadão, quiosques, arborização, implantação de rotatórias e viadutos, pavimentação de ruas da periferia, construção e padronização de escolas e postos de saúde, e instalação de câmeras de vídeo-monitoramento, entre outras obras que elevaram o Município à condição de uma estância moderna, cada vez mais procurada não só por turistas, mas por pessoas de outras cidades da Baixada Santista e de outros pontos do Estado como nova opção de moradia.
A chegada de empreendimentos imobiliários de grande porte como resorts de frente para o mar confirma essa nova condição de Praia Grande, que em quase nada lembra a Cidade da década de 60: a vasta faixa de areia, coberta por mato e cortada por canais de esgoto e o areião da avenida beira-mar, onde carros atolavam para alegria dos barraqueiros, que vendiam bebidas aos contrariados motoristas. E para alegria das crianças, alunos dentro dos ônibus atolados, que trocariam um dia de aula por brincadeiras na areia.
Ao fazer um balanço do ano e apontar as perspectivas para Praia Grande, o prefeito Alberto Mourão assegura que há muito que comemorar neste aniversário de emancipação político-administrativa do Município, desmembrado oficialmente de São Vicente em 19 de janeiro de 1967. O dia do aniversário será comemorado com missa, baile e show gratuito na praia.
Para Mourão, a Cidade consolida-se cada vez mais pela sua organização, por projetos arrojados e por dar saltos de décadas na qualidade de vida que oferece para sua população, estimada em cerca de 245 mil habitantes mas que, em função de possuir mais de 100 mil imóveis de veraneio, nunca tem menos de 400 mil pessoas, mesmo fora da temporada. No verão, a população chega a atingir um milhão de pessoas e a ultrapassar esse número em datas como a passagem do ano e carnaval.
Depois de mais de dez anos de obras na área de infra-estrutura, atendendo demandas que se acumulavam desde a emancipação, e de uma revolução, iniciada em 1993, que mudou a imagem negativa que possuía no País, o Município iniciou, em meados 2005, uma nova era: investimentos públicos nas áreas de esportes, cultura e lazer, e com projetos arrojados, em direção a um desenvolvimento que marcará uma nova etapa em sua história.
Unifesp - Num balanço sobre o ano que findou, o prefeito afirma que a maior parte das metas foi cumprida e até superada. “Não só as metas físicas, mas as políticas, na medida em que negociações importantes deram resultado”. Nesse sentido, considera um dos principais destaques de 2007 a assinatura do acordo entre Prefeitura e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) para a gestão do Hospital Municipal, a partir de março deste ano.
Mourão revelou que a parceria com a Unifesp poderá se estender também para a área de atendimento ambulatorial público, mas não quis dar maiores detalhes, alegando que o projeto está em fase de entendimentos com a entidade e o Governo do Estado.
A assinatura de convênio com o Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), em dezembro, para a realização de obras de infra-estrutura previstas no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) foi também destacada pelo chefe do Executivo.
O lançamento do projeto SuperEscola, que une Educação, Esporte e Lazer numa verdadeira inclusão social para 20 mil estudantes da rede pública de ensino, e que estará funcionando plenamente a partir de março, foi outro avanço considerado dos mais importantes por Mourão, dos obtidos pelo Município no ano passado.
Lembrou ainda o sucesso na área de Esportes, principalmente com a realização dos Jogos Abertos do Interior, o “segundo maior evento da América do Sul”, dos Abertos Brasileiros, do Mundialito de Karate e dos Jogos Estaduais dos Idosos.
A entrega do último trecho da Via Expressa Sul, estrada construída pela Prefeitura em substituição ao antigo Acesso 291 da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, que uniu os vários bairros da Cidade, foi também considerada destaque da Administração em 2007.
Aeroporto – Entre as metas estabelecidas para este ano, entre mais de 100 ações que relacionou, Mourão destacou a concretização do projeto de implantação do Condomínio Industrial Alfandegado, dotado de aeroporto de cargas. Nesta terça-feira (15), manteve reunião em São Paulo com um grupo de empresários interessados em investir no projeto e afirmou que, “em 30 dias, poderão ser anunciadas as novidades que viabilizarão o empreendimento”.
A área industrial com aeroporto de cargas deverá ser implantada em gleba situada na margem esquerda da Rodovia Pedro Taques, sentido São Vicente, e deverá absorver investimentos de mais de R$ 1 bilhão, que poderão gerar de cerca de 20 mil empregos ao longo de uma década. O condomínio funcionaria como um modal, ligando o transporte rodoviário, ferroviário e aéreo com o Porto de Santos.
Das obras previstas pelo prefeito para este ano, excetuando o investimento no aeroporto, que terá recursos privados, Praia Grande deverá investir mais de R$ 200 milhões em obras nas áreas de Promoção Social, Cultura, Educação, Saúde, Infra-Estrutura, Habitação e Urbanização.
Entre as obras relacionadas pelo prefeito estão a construção de mais duas sedes do programa Conviver, 180 casas populares, 14 novas unidades de ensino e conclusão do Palácio das Artes e da urbanização da Avenida Costa e Silva e da Avenida Ecológica.
Pelo PAC, as principais obras para este ano, com financiamento do BNDES no valor de R$ 123 milhões, feito pela Prefeitura, estão serviços de drenagem e pavimentação na região do Trevo e Melvi, Vila Mirim III, Caieiras e Jardim Real. Além disso, a canalização dos cursos d’água Praião, Acaraú-Mirim, Gilberto Fouad Beck e Xixová.
Programa - A data magna do Município será marcada por Missa de Ação de Graças, a partir das 8 horas, na Igreja Santo Antonio, no Boqueirão. Na Fortaleza de Itaipu, acontece, a partir das 21 horas, a III Noite Tropical, baile oficial da cidade, para convidados, que terá como principal atração show da cantora Daniela Mercury.
Quem não pode ir ao baile não fica fora da festa: no dia 19, às 23 horas, também como parte da programação de aniversário apresenta-se o grupo Falamansa, na Praia Aviação, a partir das 23 horas. E, ainda como parte dos festejos, Daniela Mercury também sobe ao palco da Aviação, no dia 20, a partir das 20h30, para um show que promete agitar ainda mais a areia das praias da Cidade. As apresentações na praia são gratuitas e integram o projeto O Show do Verão é Você, iniciado dia 4 e que vai até dia 26 deste mês.
História – Idas e vindas na luta pela autonomia marcam a história de Praia Grande, que começa em meados de 1532, durante a colonização da área de São Vicente, hoje conhecida como Japuí.
O povoamento da Cidade, cujo nome é derivado da palavra tupi "Peabuçu", que significa porto grande, iniciou-se a partir da chegada de Martim Afonso de Souza e, durante três séculos, caracterizou-se pela presença de núcleos caiçaras, entre a encosta do Morro Xixová e a divisa com Mongaguá. Embora desde o final do século XIX já existissem núcleos de povoação estabelecidos no Boqueirão, Guilhermina e Solemar, entre outros, o desenvolvimento do então bairro vicentino só teria início com as construções da Fortaleza de Itaipu (entre 1902 e 1910) e da Ponte Pênsil (em 1914). A construção da Estrada de Ferro Santos - Juquiá (1912) e, tempos depois, da Estrada de Ferro Sorocabana, também contribuíram para a formação do Município.
A primeira ocupação da orla da praia, que permanecia intacta, ocorreu em 1936 com a fundação do Aeroclube de Santos, posteriormente Aeroclube de Praia Grande, área de pouso e decolagem hoje desativada, no coração do Bairro Aviação.
As primeiras construções começaram somente em 1945, no Boqueirão. Nessa época, Antonio Augusto de Sá Lopes acabou se destacando como um dos principais incentivadores da expansão imobiliária, sempre acreditando no potencial turístico da Cidade. Sá Lopes promovia excursões nas décadas de 30 e 40, atraindo milhares de pessoas, principalmente de Santos, com boatos sobre a existência de uma enorme baleia nas imediações da Praia Boqueirão.
Apesar de o mamífero nunca ter sido visto, os visitantes ficavam encantados com o clima de tranqüilidade e com o bonito visual das praias da Cidade, com os caiçaras puxando suas redes de pesca. Muitas pessoas decidiram comprar terrenos a partir dessas excursões.
Esse trabalho de Sá Lopes, juntamente com a construção da Via Anchieta e a expansão da indústria automobilística, acabaram promovendo um processo de êxodo semanal do Planalto à região, provocando a valorização das terras na orla da praia. Os principais loteamentos totalmente organizados foram o Jardim Guilhermina e Cidade Ocian, que dão nome a dois dos principais bairros da Cidade.
Emancipação – Os ideais de emancipação de Praia Grande começaram a ser disseminados bem antes da conquista, que ocorreu em 1967. Havia já no início da década de 50 um descontentamento da população do então bairro, diante dos poucos recursos destinados pela prefeitura vicentina ao local. Em 1953 aconteceu o primeiro movimento pró-emancipação do distrito de Solemar, liderado por Julio Secco de Carvalho, sem êxito.
Em 1958, o vereador Oswaldo Toschi esteve à frente da comissão pró-desmembramento de Praia Grande. A pretensão do grupo pouco sensibilizou os políticos da região e a Assembléia Legislativa vetou o pedido de emancipação, alegando falta de documentação.
Quatro anos depois, em dezembro de 62, foi realizada reunião no Hotel Maracanã, presidida pelo deputado Hilário Torloni, para discutir novamente as possibilidades de emancipação. Na ocasião, foi formada uma comissão que fundou o Movimento Pró-Emancipação, oficializado em 17 de junho de 1963.
Cinco meses mais tarde, a Comissão Administrativa e Judiciária da Assembléia Legislativa aprovou o desmembramento de Solemar e do subdistrito do Boqueirão. Em 8 de dezembro de 1963 foi realizado o plebiscito para homologar a emancipação.
Dos 707 eleitores - moradores do então Distrito de Solemar -, 680 votaram a favor, 12 em branco e 15 anularam o voto. O resultado foi referendado pela assembléia dos deputados, com o encaminhamento da lei que criaria o Município de Praia Grande. Em 31 de dezembro do mesmo ano, o governador do Estado, Adhemar de Barros, aprovou a criação do Município de Praia Grande.
Revés - Em março de 1964 ocorreu um novo revés: a Prefeitura de São Vicente impetrou mandado de segurança contra o plebiscito. Em abril, os atos foram sustados pelo Tribunal de Justiça do Estado. A eleição do prefeito e vereadores foi suspensa até o julgamento do mérito pelo Tribunal.
Após cansativo trabalho de advogados e juristas e de um movimento de bastidores liderado pelos deputados Hilário Torloni, Oswaldo Massei e Ítalo Fittipaldi, Praia Grande conseguiu ter seus direitos reconhecidos como município autônomo em 16 de outubro de 1966, quando o Supremo Tribunal Federal sentenciou a legitimidade da separação.
O Município foi oficialmente instalado em 19 de janeiro de 1967, com a posse do interventor federal, Nicolau Paal. O primeiro prefeito eleito foi um dos líderes do movimento de emancipação, Dorivaldo Loria Junior, que viria a ser prefeito da Cidade por três vezes.
Modernidade – Quem não vem a Praia Grande desde o início da década de 90, se espanta com as mudanças. Após a emancipação e até por volta de 1992, Praia Grande acabou se transformando num balneário popular, com crescimento e turismo desordenados, que contribuíram para uma imagem negativa, associada ao que se chamou de “farofada”, numa alusão a um dos ingredientes dos piqueniques que eram feitos na areia, ao longo dos 24 quilômetros de praias, quando centenas de ônibus com turistas de um dia invadiam a cidade.
Em janeiro de 1993, com a edição de uma legislação disciplinando o trânsito desses ônibus na Cidade, obrigando-os a um destino certo em locais estruturados, com água e condições de recepção dos banhistas, o Município passou por grande transformação. As mudanças prosseguiram com a construção de calçadão, quiosques, arborização, implantação de rotatórias e viadutos, pavimentação de ruas da periferia, construção e padronização de escolas e postos de saúde, e instalação de câmeras de vídeo-monitoramento, entre outras obras que elevaram o Município à condição de uma estância moderna, cada vez mais procurada não só por turistas, mas por pessoas de outras cidades da Baixada Santista e de outros pontos do Estado como nova opção de moradia.
A chegada de empreendimentos imobiliários de grande porte como resorts de frente para o mar confirma essa nova condição de Praia Grande, que em quase nada lembra a Cidade da década de 60: a vasta faixa de areia, coberta por mato e cortada por canais de esgoto e o areião da avenida beira-mar, onde carros atolavam para alegria dos barraqueiros, que vendiam bebidas aos contrariados motoristas. E para alegria das crianças, alunos dentro dos ônibus atolados, que trocariam um dia de aula por brincadeiras na areia.