Locação temporária deve ser feita com cuidados especiais

Profissionais credenciados, contratos claros e vistorias são essenciais

Por Nádia Almeida | 24/1/2008

A menos de duas semanas para o carnaval, quem ainda não fez reserva em hotéis e pousadas para curtir dias de folia à beira-mar corre contra o tempo. Uma das opções, principalmente para grupos ou famílias, é alugar uma casa, de preferência com espaços amplos e piscina. Mas a locação temporária exige cuidados para evitar que o sonho do lazer acabe em pesadelo com imóveis que não existem, problemas que se revelam quando o locatário já está no destino de origem, além de observar outros abusos.

O primeiro passo, no caso de São Paulo, é fazer negócio somente com empresas ou corretores registrados junto ao Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 2ª Região (Creci-SP). Isso assegura conhecimento técnico: para atuar na área, os corretores precisam concluir o curso de Técnico em Transações Imobiliárias e, já formados, podem participar de cursos e palestras. O maior benefício, entretanto, é a segurança garantida por leis e normas que regem a conduta profissional e incidem sobre a profissão, alvo de constantes fiscalizações. Para saber se o corretor faz parte do Creci, basta pedir sua carteira de identificação profissional e pesquisar no site www.creci.org.br por nome ou número de registro no conselho.

A secretária de Habitação, Urbanismo e Meio Ambiente, Ana Hanae Yamauti, faz outra recomendação: não se deixar levar por promoções duvidosas de anúncios. “Em Praia Grande há diversas opções e oportunidades para locar. Os preços são bem variados e acessíveis, mas é preciso muito cuidado, principalmente com a forma de negociação”, alerta.

Antes de assinar o contrato de aluguel, é bom visitar a casa ou pedir que alguém o faça. Pela internet pode ser mais prático, mas pode causar decepção a quem chega de malas prontas a um lugar que não é o que pareceu ser. Ou pior: há vários casos de golpes em que as vítimas perdem o dinheiro pago por antecipação ao locar imóveis que não existem.

A visitação in loco também permite verificar instalações elétricas e hidráulicas, sondar o ambiente, o bairro onde fica o imóvel e outras informações importantes para evitar descontentamento. Consultado sobre o assunto, o presidente do Creci-SP, José Augusto Viana Neto, observa que é fundamental saber a que distância o imóvel está da praia, se fica ao lado de lugares ruidosos, como depósitos de construção, ou que exigem silêncio, como um hospital.

Ponto de apoio - Viana frisa que quando não for possível conhecer pessoalmente o imóvel, o melhor caminho é recorrer ao site do conselho, bastando selecionar o nome da cidade para se ter acesso à relação de credenciados. “Também é importante fazer a contratação de um corretor da cidade onde se pretende ficar. Como a maior parte dos turistas não conhece ninguém no local, o profissional ou a imobiliária acaba servindo como ponto de apoio em situações de emergência, como na necessidade de um socorro mecânico”, observa.

Vale lembrar a Prefeitura de Praia Grande mantém o jornal eletrônico PG Notícias e o guia Rota PG, com informações gerais que podem ser consultadas pelos turistas antes mesmo da chegada à Cidade. Basta entrar no site www.praiagrande.sp.gov.br/pgnoticias e clicar no banner que fica na coluna do lado direito, Rota PG.

Se as casas exigem cuidados, nos apartamentos eles são redobrados. Alugar um imóvel num prédio sem elevador pode complicar a vida de uma família com idosos, por exemplo, daí a necessidade da checagem. “Precisa ficar definido o número de pessoas que vão permanecer no apartamento porque o regimento interno do condomínio pode fazer restrições”, prossegue Viana. “Outros detalhes também devem ser observados, como se o condomínio permite uso da garagem por locatário temporário. Em caso contrário, ele terá uma despesa adicional com estacionamentos”.

Uma vez definido o imóvel, é hora de elaborar o contrato, que deve expor as qualificações do locador e locatário, período e valor da locação, data e horário de entrada e saída, além de um check list. Nessa listagem deverão constar todos os itens disponíveis no imóvel e as condições em que foram entregues. Isso vale para talheres, acessórios, roupas, aparelhos e móveis.

Locadores - Em busca de lucro nessa época do ano, muitos moradores colocam seus imóveis para alugar. Da mesma forma, eles devem buscar a assessoria de empresas credenciadas junto ao Creci, de preferência já conhecidas ou indicadas por pessoas próximas. “Não é aconselhável aos proprietários tentarem cuidar direto do negócio, até porque muitos nem moram na Cidade”, acrescenta o presidente.

Como medida de proteção contra furtos, depredações ou danos, recomenda-se um inventário dos bens, deixando claro tudo o que o imóvel oferece. A imobiliária deverá solicitar documentos dos locatários, fazer o contrato e negociar a forma de pagamento. Qualquer restrição de uso, como festas, por exemplo, tem de ser especificada em contrato.

Para quem pensa em aproveitar essa fatia do mercado, Viana dá uma boa notícia: “O mercado para locação temporária em Praia Grande está uma maravilha”. Segundo ele, depois que o Creci começou a fazer pesquisas de mercado, há uns quatro anos, aumentou a procura por esse tipo de imóvel no litoral. Divulgadas no site do Creci, as pesquisas trazem dados, valores e comparativos sobre a venda e locação de imóveis em todo o Estado.

“Em Praia Grande, há muitos imóveis à venda que podem ser comprados para serem usados com essa finalidade. É um ótimo negócio”, sugere.