PS Quietude terá atendimento diferenciado

Criado pelo Ministério da Saúde, o sistema divide a unidade em três áreas

Por Nádia Almeida | 11/2/2008

O Pronto-Socorro Quietude será a primeira unidade de saúde de Praia Grande a receber o projeto “Acolhimento com Avaliação e Classificação de Risco”, desenvolvido pelo Ministério da Saúde. Segundo o secretário-adjunto de Saúde, médico Adriano Bechara, a mudança no atendimento proporcionará melhor organização do fluxo de pacientes, selecionando-os de acordo com a gravidade dos casos. Ele informa que o projeto começará a funcionar em breve, já que as adaptações entraram em fase final.

“A reforma física deve ser concluída este mês, junto com a chegada de profissionais para que possamos iniciar esse sistema de triagem. Também já temos pronto o protocolo de enfermagem, tudo dentro da legislação”, adianta. “Esse esquema modelo não existe na Baixada Santista e só é praticado em pouquíssimas cidades do Brasil.”

O diretor-adjunto explica que os pacientes serão inicialmente atendidos por um corpo de enfermagem previamente treinado, com uma enfermeira-chefe e auxiliares de enfermagem. “A partir desse acolhimento e classificação de risco, o paciente será encaminhado a diferentes setores do PS”, prossegue.

Pelo novo modelo, o pronto-socorro será dividido em três áreas: vermelha, para recebimento, avaliação e estabilização de urgências/emergências; amarela, voltada a pacientes críticos e semicríticos, com terapêutica de estabilização já iniciada; e verde, para pacientes em estados não-críticos, em observação ou aguardando internação.

Sem restringir o atendimento, o novo sistema deverá solucionar o velho problema de casos ambulatoriais levados à unidade voltada a emergências. “A pessoa que chega queixando-se de dor nas costas que persiste há três meses, por exemplo, não deixará de ser atendida, mas será encaminhada ao setor verde”, exemplifica. “Ao final, conversará com a assistente social, que explicará como funciona o atendimento em uma unidade básica de saúde. Seus dados serão passados a uma central, que estamos montando, e um agente comunitário irá até a residência agendar a consulta.”

Sobrecarga - Com movimentação diária de 800 pessoas, em média, como calcula Bechara, o PS Quietude deverá ter seu movimento reduzido em 30%. “Pode não parecer muito, mas seriam 240 atendimentos a menos, pacientes que vão desonerar o sistema, tirar aquele estresse e receber uma atenção maior, porque o médico da família tem mais tempo e mais perfil para fazer um atendimento integral”, argumenta.

Para Bechara, que tem experiência na área de urgência/emergência, o projeto beneficiará principalmente os que recorrem ao PS em casos que não podem esperar. “Hoje, se o paciente chega com cólica renal, que é uma dor insuportável, precisa ficar na mesma fila daquele que está lá achando que poderá trocar uma receita. Isso é desumano e esse projeto é para evitar problemas desse tipo”, ilustra.

Após estudar o modelo, praticado em hospitais de Curitiba e Minas Gerais, inspirando-se em experiências bem sucedidas, Bechara está certo dos benefícios. “Será um sucesso. Inicialmente começaremos no Quietude e, em outra etapa, vamos levá-lo ao PS Central.”