Via Expressa ganha 600 palmeiras

A Prefeitura investe na urbanização da Cidade

Por João Carlos Miranda | 11/3/2008

Os canteiros laterais ao longo dos 10 quilômetros da Via Expressa Sul, em Praia Grande, estão recebendo 500 palmeiras imperais e outras 100 da espécie Cariota mitis, popularmente chamada de espinha de peixe. A informação foi divulgada pelo arquiteto Marcelus Condé, chefe da Divisão de Praças e Áreas Verdes da Secretaria de Serviços Públicos (Sesurb).

“Atualmente está sendo muito discutido o aquecimento do planeta, suas causas e como corrigir o problema. Alguns fatores, como o crescimento das cidades e a degradação do meio ambiente, estão provocando alterações climáticas. Entre as ações prejudiciais está a redução da vegetação. Praia Grande, apesar do intenso desenvolvimento urbano, vem dando exemplo de recuperação ambiental, investindo na criação de áreas verdes e arborização da Cidade”, disse Condé.

Praia Grande tem 100 praças oficiais e 50 áreas verdes. Condé citou como uma das ações efetivas da Prefeitura, nos últimos anos, a urbanização da orla da praia, onde foram plantados cerca de 5 mil coqueiros ao longo de seus 22,5 quilômetros de extensão, além da vegetação rasteira e arbustos nos jardins. Também foram urbanizadas diversas praças e áreas públicas.

“A presença de vegetação nas cidades é fundamental, trazendo qualidade de vida a seus habitantes. As árvores produzem sombra, amenizam a poluição sonora e a temperatura, liberam oxigênio na atmosfera, aumentam a umidade do ar e absorvem o gás carbônico.

Só para entender melhor sua importância para nós, uma árvore isolada pode transpirar, em média, 400 litros de água por dia, produzindo um efeito refrescante equivalente a cinco condicionadores de ar, funcionando 20 horas por dia”, ressaltou Condé.

Segundo o estudo, na paisagem urbana de Praia Grande predominam as espécies de chapéu de Sol (Terminalia catappa) e de Ficus (Ficus benjamina), ambas inadequadas para áreas urbanas, por terem raízes superficiais, que prejudicam calçadas, muros e rede de drenagem. Também se destacam os coqueiros introduzidos na orla da praia.

“A arborização urbana, além de levar em conta detalhes como textura, cor, beleza, enfrenta outros problemas que exigem do técnico atenção redobrada, já que existem muitas condições que devem ser atendidas simultaneamente. Os problemas ou condições mais comuns são a substituição de árvores, levantamento de calçadas e paredes, depredação, fenologia, combinação arquitetônica, fiação e espaço para arborização”, explicou Condé.

“Para citar outras consequências do que a falta de critérios na escolha da espécie a ser plantada pode causar, basta dizer que a interrupção de energia causada por galhos chega a 50% em algumas cidades e que a redução no nível de iluminação pelas copas, pode chegar a 71% em função do plantio inadequado de árvores”.

Projeto – O projeto de arborização do Município está em processo de viabilidade. Prevê o plantio de mais de 20 mil árvores (com 3 metros de altura e 5 centímetros de tronco) de diversas espécies, nas principais vias da Cidade. O plano visa não só melhorar a qualidade de vida, mas também conscientizar a população sobre a importância da preservação de áreas verdes e da recuperação do meio ambiente, por meio de distribuição de material educativo, produção e plantio de árvores em zona urbana, obedecendo a critérios técnicos e paisagísticos.

“A arborização de uma cidade vai além do embelezamento e do bem-estar que as sombras proporcionam. Deve criar uma identidade para as ruas, mexer com a cadeia ecológica, buscar a espécie adequada para as dimensões das vias e calçadas e ao recuo das casas em relação aos passeios”, afirma Condé.

As espécies selecionadas são as seguintes (nome popular): aldrago, aroeira, aroeira mole, camboatá vermelho, chuva de ouro, canelinha, caroba, catuaba, falso-barbatimão, fedegoso, grandiuva, guabiju, guabiroba, ingá, ipê amarelo, ipê branco, ipê de jardim, ipê roxo, jasmim manga, leiteiro, magnólia, mamica de cadela, manacá da serra, mirindiba, oiti, pau brasil, pau formiga, pau viola, quaresmeira, sapucaia, sapucainha, sibipiruna, tarumã, canafistula, jacarandá mimosa, cássia rósea, flamboianzinho, flamboyant e palmeira imperial.

Benefícios - Os benefícios da arborização na melhoria da qualidade do ambiente urbano são vários: purificação do ar pela fixação de poeiras e gases tóxicos e pela reciclagem de gases através dos mecanismos fotossintéticos; melhoria do microclima da cidade, pela retenção de umidade do solo e do ar e pela geração de sombra, evitando que os raios solares incidam diretamente sobre as pessoas, diminuindo a temperatura em 6º a 8º C, dependendo das espécies vegetais implantadas.

Também reduzem a velocidade do vento; influenciam no balanço hídrico, favorecendo infiltração da água no solo e provocando evapo-transpiração mais lenta; dão abrigo à fauna, propiciando uma variedade maior de espécies, conseqüentemente influenciando positivamente para um maior equilíbrio das cadeias alimentares e diminuição de pragas e agentes vetores de doenças.

Para informações adicionais sobre como e qual espécie de árvore plantar em seu bairro, basta o interessado ir à Divisão de Praças e Áreas Verdes da Sesurb, na Rua Paulo Sergio Garcia s/nº, Sítio do Campo, junto à área de Lazer Ézio Dall’Acqua (Portinho). Funciona de segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas. Outras informações pelo telefone 3473-7571.

Fontes:http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/meio_ambiente/qualidade_ambiental/0023; http://www.aipa.org.br/viveiro-dicas.htm