Camisinha feminina: aliada da mulher

Em Praia Grande, interessadas podem obtê-la gratuitamente no CTAP

Por Nádia Almeida | 12/3/2008

Não tão popular quanto a camisinha masculina, a versão feminina traz como principal benefício a autonomia da mulher em usá-la nas relações sexuais, prevenindo doenças sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada. “Com ela, a mulher não depende do homem para se proteger”, explica a psicóloga Letícia Zampieri Demarco Lázaro, responsável pelas atividades de prevenção do Centro de Testagem, Aconselhamento e Prevenção (CTAP).

Além da autonomia, o preservativo feminino apresenta outras vantagens, como maior resistência, o que reduz risco de rompimentos, e comodidade. “Nem precisa parar a relação para colocá-la. A mulher pode introduzi-la até oito horas antes do uso”, prossegue Letícia. Em contrapartida, não é tão facilmente encontrada em farmácias, custa mais caro e permanece desconhecida por grande parte da população feminina sexualmente ativa, o que a Secretaria de Saúde Pública (Sesap), por meio do Programa Municipal DST/Aids/Hepatites, quer mudar.

“Praia Grande é um dos poucos municípios da região que a disponibiliza. Para obtê-la gratuitamente, basta a interessada comparecer ao CTAP e pegar uma amostra para experimentar. Se aprovar, retorna, faz um cadastro simples (apenas nome, endereço e idade) e passa a receber uma cota mensal”, informa a coordenadora, citando que o Ministério da Saúde envia quantidade de acordo com a demanda que o Município apresenta.

Semana - Durante a Semana da Mulher (de 3 a 7 deste mês), a Equipe de Prevenção do CTAP visitou 15 Unidades de Saúde da Família (Usafas) e cinco multiclínicas, atingindo 583 mulheres que aguardavam consultas. No período, foram disponibilizadas 352 camisinhas femininas e 1.749, masculinas. “Orientamos sobre prevenção das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), a importância da presença do parceiro no pré-natal e ensinamos a utilização correta dos preservativos masculino e feminino”, relata.

Técnicos notaram que a resistência à camisinha feminina deriva do desconhecimento. “A maioria já ouviu falar, mas nunca chegou perto. Nas demonstrações, elas puderam senti-la, manuseá-la. Abriu-se uma oportunidade”, conta Letícia.

A equipe distribuiu ainda material educativo e um cartão confeccionado especialmente para a data, com uma mensagem poética criada pela própria Letícia. Para a coordenadora do Programa Municipal DST/Aids/Hepatites, Dorian Rojas, o objetivo foi informar, mas também valorizar as mulheres. “Com a auto-estima elevada, elas têm condições de exigir o uso do preservativo em benefício da saúde”, destaca Dorian.

A Equipe de Prevenção do CTAP promove ações externas, como o trabalho de campo na construção civil, escolas e unidades de saúde, dentro do projeto “Esperando e Aprendendo”, no ano passado. Mas o centro oferece muita informação a quem deseja fazer testagem, saber mais sobre as DSTs ou descobrir que o preservativo feminino é um aliado da saúde, abandonando preconceitos. Fica na Avenida Presidente Kennedy, 2.030, Guilhermina (na antiga sede da Sesap, próximo ao hipermercado Atacadão), telefone 3473.3351. Para testagem e aconselhamento, o horário de atendimento é das 8 às 15 horas, de segunda a sexta-feira.