Cidade ganha novas placas de identificação de ruas

Emplacamento mantém proposta do Projeto Rumo, de divisão de bairros por cores

14/3/2008

Katia Giulietti, especial para a Subsecretaria de Comunicação



Praia Grande passará por novo emplacamento de suas ruas. Reivindicada por moradores e turistas, a colocação de placas faz parte de uma nova etapa do Projeto Rumo. Instituído pela Prefeitura em 1993, o projeto dividiu os bairros por cores, num processo inédito no País, que acabou sendo usado em diversas cidades e, mais recentemente, na Capital.

Nesta nova fase, mais de 8 mil placas de ruas, com modelo e material novos, serão instaladas até o final do ano. O autor do projeto, arquiteto Antonio Freire de Carvalho Filho, secretário municipal de Trânsito e Transportes, lembra que elaborou a primeira proposta, sob o nome “Localize-se”, em 1990. “Mas foi o prefeito Alberto Mourão, em seu primeiro mandato, quem se interessou pela implantação, com algumas mudanças”. Ele ressalta que o projeto continua com sua proposta de ser um facilitador do deslocamento de pedestres e motoristas pela Cidade.

Vinil - Na primeira etapa, as placas eram de vinil estruturado, coladas em postes, com espaço para patrocínio, o que consistia em sua maior vantagem. “A desvantagem é que o nome da rua está escrito na posição vertical, dificultando a leitura, principalmente por pessoas com deficiência visual”, explica Freire, para quem outra desvantagem surgida com o tempo foi o fato de as placas de vinil perderem-se após a remoção de postes pelas concessionárias. O material não permitia nova colagem.

O arquiteto esclarece que o novo sistema, com placas e nomes na horizontal, como previsto nos estudos originais, não foi implantado antes para aguardar o Plano Diretor e a nova divisão da cidade por bairros: dos 15 antigos, hoje estão definidos 32 bairros. “Com essa nova definição, passamos a estudar a divisão por cores. Mantivemos a maioria, já que a locomoção das pessoas e sua localização em função das cores acabou se incorporando à cultura local”.

Freire informa que para evitar alterar cores já absorvidas no cotidiano de moradores e veranistas, os novos bairros tiveram a coloração repetida, mas com outra tonalidade.

Modelo – As novas placas têm as seguintes medidas: 30 cm de altura, 67 cm de largura e 3 mm de espessura. Confeccionada em camadas de material fibroso (fibras de celulose e têxteis, impregnadas de resinas termofixas), cada placa será fixada em postes do sistema de iluminação pública, por meio de um suporte denominado fita inox (uma espécie de braçadeira).

No fundo azul, destaque para o nome com o qual a via é mais conhecida. Na parte inferior, o nome inteiro aparece em letras menores. Por exemplo: Kennedy em destaque, com uma linha abaixo onde se lê Avenida Presidente Kennedy.

A cor do bairro ao qual a rua pertence está colocada numa faixa no rodapé da placa, onde se lê, além do nome completo da via, o bairro onde está situada e a numeração da respectiva quadra (do primeiro ao último número da edificação naquele quarteirão).

A placa ganha ainda uma ilustração, com os personagens Marinus, Solaris, Herm e Íris, que representam os elementos da natureza, respectivamente água, sol, ar e terra. Chamados “elementais”, os personagens foram criados pelo Departamento de Planejamento da Informação (DPI) da Prefeitura como mascotes da 71ª edição dos Jogos Abertos do Interior, realizada no ano passado em Praia Grande, mas acabaram se transformando também em símbolos da Cidade.

Num espaço menor, há ainda o nome da concessionária de energia elétrica (CPFL ou Elektro, conforme a área), que aparece como apoiadora por ceder o espaço, e o seu número de atendimento ao consumidor. A placa é 100% reflexiva, para facilitar ainda mais sua leitura também à noite.

Referencial – O titular da Setransp destaca a importância da divisão dos bairros por cores. “A Cidade tem 22,5 quilômetros de praias, uma extensão única, sem divisões naturais. Com a cor do bairro nas placas, como acontece já hoje, o morador, pedestre ou motorista, sabe quando mudou de bairro ao se locomover pela Cidade. Isso funciona bem tanto para a população fixa como para a flutuante. Virou um referencial”.

Como a nova fase do projeto tem 32 cores, a Setransp encaminhou ao DPI pedido de estudos sobre os melhores meios de divulgação em cada bairro para que essa identificação continue sendo usada pelas pessoas. Freire frisa: “Pretendemos popularizar a relação bairro-cor. Essa forma de identificação é importante também para prestadores de serviços, como os delivery e os Correios”.

Segundo o arquiteto, quando criada, a divisão por cores era inédita: “Pelas pesquisas que fiz, não havia projeto semelhante em nenhum País. A prática era adotada apenas por linhas de metrô e grandes shoppings, para facilitar a localização dos usuários e consumidores. Hoje, o uso de cores em bairros passou a ser mais comum nas cidades. São Paulo adotou cores para identificar regiões geográficas da Cidade, seguindo o padrão que era adotado apenas pelo departamento de Trânsito, nos ônibus coletivos”.

Antipichação – Outra preocupação do novo projeto, além de atender a reivindicação da população que quer os nomes na horizontal, foi o de criar placas em material de pouco valor no mercado para desestimular furtos. O material é também antipichação e sua limpeza pode ser feita de forma simples, barateando o custo de manutenção. A durabilidade prevista é de oito a dez anos.

As cores dos bairros deverão ser usadas também, “de forma mais discreta”, conforme Freire, em outros mobiliários urbanos, como playgrounds e abrigos de ônibus.

A proposta da nova etapa do Projeto Rumo está em fase de conclusão. Já está sendo elaborado edital de licitação, na modalidade Registro de Preço. Serão feitas em torno de 8.300 placas com custo estimado em cerca de R$ 800 mil.

“A implantação será gradual, seguindo por importância do eixo viário. Há uma preocupação especial em evitar uma falha no projeto anterior, em relação à denominação oficial das vias e praças e, por isso, está sendo feita uma pesquisa detalhada em decretos municipais que deram nomes aos logradouros.

Cores – Em quase toda a sua totalidade, os bairros que já existiam oficialmente terão mantidas as cores definidas na primeira versão do Projeto Rumo. Assim, por exemplo, Ocian permanece como amarelo e Tupi como verde. O Boqueirão, que era laranja, cedeu essa cor para o Canto do Forte, dele desmembrado e que passou a ser lilás claro. O Guilhermina mantém a cor azul, e o Aviação, vermelho.

Os demais terão cores em tons diferentes, cuja denominação padronizada da tonalidade ainda está sendo definida. Em princípio, as cores são: Mirim, azul-água; Maracanã, verde-claro; Caiçara, roxo; Real, verde ou azul-turquesa; Flórida, verde-água; Solemar, azul-piscina; Cidade da Criança, verde-claro; Princesa, terracota; Imperador, lilás; Melvi, verde-escuro; Samambaia, gelo; Esmeralda, azul; Ribeirópolis, vermelho-claro; Andaraguá, mostarda; Serra do Mar, verde-claro; Nova Mirim, roxo; Anhanguera, amarelo-escuro; Santa Marina, rosa; Quietude, azul-claro; Tupiry, marrom; Antártica, verde-musgo; Jardim Gloria, pastel; Vila Sônia, amarelo-escuro; Sitio do Campo, verde-limão; Xixová, cinza e Militar, verde.