Lar São Francisco melhora auto-estima de idosos

Depois de problemas de saúde, Jayme se sente amparado no asilo

25/3/2008

Estagiária: Amanda Oliveira, sob supervisão da jornalista Christiane Disconsi


Oferecendo assistência gratuita a idosos carentes de Praia Grande, o Lar São Francisco de Assis, no bairro Mirim, muda a história de vida de seus internos. Muitas das 65 pessoas lá abrigadas chegaram deprimidas e debilitadas, mas o convívio com as demais e o alto astral do diretor da casa, Silvio de Lima, ajudaram a resgatar sua auto-estima e melhorar a saúde. É o caso de Jayme da Silva Rocha, de 67 anos.

Boina de lado, cobrindo os cabelos grisalhos, Rocha está há um ano na instituição e lembra a diferença de quando entrou. “Cheguei aqui de cadeira de rodas. Hoje, só uso a bengala para fazer charme”, brinca. Vítima de um derrame cerebral que comprometeu os movimentos do lado direito do corpo, ele também quebrou o fêmur, mas hoje se move normalmente.

“Eu morava com minha irmã, mas ela adoeceu e não teve condições de cuidar de mim. O lar foi uma solução”, explica. Na instituição, sente-se amparado e respeitado. “Tudo aqui é ótimo. Somos bem tratados e bem cuidados. Não há nada do que reclamar.”

Nascido em Sergipe, Rocha viajou por muitos lugares do País. “Aos 14 anos morei no Rio de Janeiro, mas logo fui para São Paulo. Depois estive em Santa Catarina, Paraná, Pernambuco e Bahia”, relembra.

Sem visitas - Ao longo de sua vida, casou-se três vezes e teve três filhos, mas perdeu o contato com os familiares. Apesar de não receber visitas, exceto a da irmã, Rocha procura manter o bom humor. “Já sou bisavô”, conta, com o mesmo orgulho que tem ao relembrar sua vida profissional. “Sempre trabalhei como maitrê e nunca fui despedido de nenhum emprego. Ao contrário, eu quem pedia as contas”, diz. Foram os problemas de saúde que o impediram de continuar trabalhando.

Abrigado no lar, Rocha aguarda sua total recuperação com o sonho de se manter sozinho, logo que começar a receber aposentadoria. “Eu tenho consciência de que meu físico não está muito bom, mas estou me recuperando e mentalmente estou ótimo”, revela. “Mesmo que saia daqui, acho que nunca vou encontrar um lugar melhor que este. Aqui o tratamento e o respeito são nota 10”, opina.

Visitas são muito bem vindas no Lar São Francisco de Assis, não só de pessoas como de grupos, como estudantes e voluntários, de segunda a sexta-feira, das 13 às 17 horas. O endereço é Rua Omar Antonielli, 1.219, telefone 3494-2694.