Irmã Dulce será inaugurado sexta-feira

Atendimento à população foi mantido durante a execução do projeto arquitetônico

Por Nádia Almeida | 9/5/2008

Na próxima sexta-feira (16), a população de Praia Grande receberá a mais moderna unidade hospitalar da região. O Hospital Municipal Irmã Dulce será inaugurado às 18 horas, pelo prefeito Alberto Mourão e demais autoridades, coroando o desafio de transformar a antiga estrutura numa unidade de Primeiro Mundo, que tem por diferenciais a alta tecnologia, humanização e respeito às normas técnicas mais atuais no setor.

Acompanhando desde o início a ousada obra, que construiu uma nova estrutura e remodelou a antiga sem interromper o atendimento ao público, a administradora Mônica Bastos ressalta que a modernidade pode ser constatada “do chão ao teto” do novo hospital, com destaque para os centros cirúrgicos e Unidades de Terapia Intensiva (UTI), para atendimento de casos graves.

Chamado eletrostático, o piso dos centros cirúrgicos é especial. Parece comum, na tonalidade clara com linhas finas acinzentadas, mas evita choques e queimaduras em pacientes e médicos no uso de aparelhos como bisturis durante operações. O diretor técnico e secretário-adjunto de Saúde, Adriano Bechara, que é médico, destaca sua utilidade na prevenção de acidentes: “O piso é feito de material isolante”.

No teto das três UTIs (Adulto, Neonatal e Pediátrica), do berçário, e dos centros cirúrgico e obstétrico, um sistema de ar-condicionado central, com filtros específicos, garante a pureza do ambiente. Portas produzidas de material resistente também funcionam como barreira contra infecção. “Elas evitam a entrada de ar contaminado, fazendo uma pressão negativa. O ar que está lá fora não passa”, destaca Mônica.

Todo o fornecimento de gás é aéreo, o que elimina os enormes botijões de oxigênio, conhecidos como “torpedos”. Esteticamente melhor, é mais prático e garante segurança. “Todos os leitos são servidos com todos os tipos de gás, como oxigênio”, prossegue a administradora.

A preocupação com a segurança também é observada no fluxo de pessoas. Serão apenas três acessos, com rígido controle: para material, público e funcionários, este isolado da movimentação das demais pessoas. “Pacientes e funcionários terão circulação independente para familiares, acompanhantes e visitantes, que usarão um corredor externo”, explica a administradora.

Hemodiálise – No Irmã Dulce, uma das novidades é o leito para hemodiálise na UTI. Na região, há apenas um - na Santa Casa de Santos. “É um leito muito caro, mas não são todos os pacientes que têm indicação. Quando melhora, o paciente é trocado de leito, que recebe outro caso. Uma sessão dura algumas horas”, esclarece Bechara.

Mas, além de contar com o que há de mais novo em equipamentos e tecnologia em saúde, o hospital que homenageia Irmã Dulce se diferencia pela humanização, observada em todos os detalhes. Nas paredes, o branco saiu de cena, ganhando um tom verde claro. Por trás do efeito decorativo, há todo um cuidado com o bem estar mental dos pacientes já que esse tom proporciona tranqüilidade, segundo os estudiosos da área. “Não é à toa que a cor tem o nome de erva doce”, observa Mônica.

Fazendo um bonito contraste com o claro das paredes, uma faixa num tom de verde mais escuro oculta outra inovação. É o bate-maca, muito comum nos hospitais na versão madeira e que, na unidade praiagrandense, ganhou material inovador, uma espécie de fibra plástica. “Em madeira, fica difícil lavar e acaba se tornando um ponto de contaminação quando quebra, ao impacto das macas. O nosso é inquebrável, lavável e muito resistente”, pontua.

Humanização – Nos setores reservados às crianças e bebês recém-nascidos, as UTIs Infantil e Neonatal, respectivamente, a chamada humanização é levada ao pé da letra. As persianas externas que não fecham completamente e relógios de parede permitem aos pequenos pacientes a consciência do tempo. “A gente precisa deixar o paciente de UTI sabendo o que é dia e noite, porque dentro da unidade, eles perdem a noção das horas. Temos relógios, pelo mesmo motivo”, prossegue.

A televisão, entretenimento garantido, está presente no ambiente e se alia à brinquedoteca, espaço em que o lúdico também vira remédio e melhora a recuperação. Nas paredes, o aspecto sisudo normalmente encontrado nos hospitais é substituído por ilustrações coloridas que trazem alegria, melhorando o ânimo, o que comprovadamente auxilia na recuperação. Vale lembrar que a UTI Adulto também tem paredes decoradas.

A administradora fala do avanço que a UTI Pediátrica representa para a região: “Na Baixada Santista, temos só duas UTIs pediátricas que atendem SUS, em Santos e Cubatão. Hoje, nossa maior dificuldade de internação é na pediatria”. Para Praia Grande, a UTI Neonatal, uma reivindicação antiga, garantirá independência nesse tipo de atendimento.

O secretário de Saúde, Eduardo Dall’Acqua, acrescenta que, ao promover essa revolução na saúde hospitalar, a Administração Municipal colabora para erradicar a visão pejorativa do Sistema SUS. “É uma conquista para nosso Município e trará um grande diferencial à Baixada Santista. Além dos serviços dos quais a população necessita, vem com a ótica da qualidade no atendimento, com humanização e alta tecnologia”, avalia. “Certamente, é um incentivo a nortear e repensar a ação em serviços públicos.”