Janelas abertas evitam doenças do inverno
Pediatra esclarece que baixa temperatura não provoca gripes ou resfriados
Por Nádia Almeida | 16/6/2008
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Com a chegada do inverno aumentam os casos de doenças respiratórias que acometem principalmente as crianças. A pediatra Simíldeci Fozatto Ramalho, coordenadora de Programas da Secretaria de Saúde Pública de Praia Grande (Sesap), esclarece que não é a baixa temperatura a causa de gripes e resfriados, provocados por microorganismos. O problema, segundo ela, são as aglomerações em lugares fechados e as mudanças climáticas bruscas. A solução está em medidas simples, como beber mais água, alimentar-se bem e abrir as janelas para o sol entrar.
“Normalmente, no verão, casos de infecção respiratória mais agudos variam de 30% a 40% no atendimento infantil. No inverno, passam a corresponder a cerca de 50% das consultas ambulatoriais e a aproximadamente 50% das internações hospitalares”, cita a médica. “É o que podemos observar nessa época do ano.”
Lugar fechado, com intensa concentração de pessoas, facilita a transmissão de doenças. “O que realmente provoca esses quadros são vírus e bactérias, além das alergias”, explica. “No inverno, o problema é o confinamento. A variação do clima também acaba mexendo com o organismo. Nosso corpo acostuma-se à temperatura estável, constante, mas estranha as oscilações climáticas, como o quente-frio, frio-quente.”
Do resfriado à pneumonia, passando por alergias e as várias “ites” (como faringites, bronquites e rinites), as doenças mais incidentes afetam o sistema respiratório. Às vezes, os sintomas se confundem, podendo levar a interpretações equivocadas. “Uma tosse ou nariz escorrendo pode expor uma sinusite”.
Simíldeci orienta pais e responsáveis a observarem o estado da criança. Se perceber piora, devem levá-la a uma unidade de saúde, lembrando que quanto menor a idade, maior o risco.
Temor - Febre é um indicativo importante. “A maioria das crianças com pneumonia e broncopneumonia apresentam febre, exceto recém-nascidos. Abaixo de dois meses, os bebês podem ter essas doenças sem febre e até com hipotermia – eles ficam ‘geladinhos’.
Imunologicamente, o organismo não está bem desenvolvido”, expõe. “É importante baixar a febre porque quando começa a ficar mais alta provoca uma série de problemas e até convulsão, mas logo se deve procurar atendimento médico para saber qual a origem e como tratar o problema.”
Outro sintoma que assusta as mães é o chiado no peito. Segundo a médica, trata-se de um espasmo do brônquio, que tem um determinado calibre por onde passa o ar e, nesse processo, se encolhe. “É como um ar encanado, que sibila. Pode surgir numa bronquite, apontar a presença de muito catarro, uma infecção ou alergia”, prossegue. Da mesma forma, só um médico saberá dar o diagnóstico correto.
Simíldeci esclarece ainda que resfriado é diferente de gripe, embora muita gente ache que se trata da mesma doença. “O resfriado é mais suave, vem com uma coriza clarinha, alguns espirros, um pouquinho de tosse. A gripe provoca febre, indisposição, dor no corpo, mal estar e, muitas vezes, até vômito e diarréia. É um quadro mais sério”, diz.
Se a criança apresentar só espirros ou nariz escorrendo, a mãe pode usar soro fisiológico para limpar as narinas, dar muito líquido e observar. “Contudo, se os espirros evoluírem para uma tosse mais intensa, que chega a atrapalhar o sono, é motivo para dar uma olhada nesse pulmãozinho”, recomenda. “Outra situação que exige atenção é a de uma criança que está sendo medicada e apresenta febre, o que pode indicar uma piora do quadro respiratório ou até uma infecção de ouvido ou garganta, já que a região da face é toda comunicada.”
Manhãs – Como no inverno as manhãs ficam mais frias nas primeiras horas, o conselho é dispensar o banho e agasalhar o corpo, especialmente a cabeça, antes de sair de casa. “O banho não deve ser dado porque a criança sai da cama quentinha e pegará vento no rosto lá fora, lembrando que muitas mães levam os filhos de bicicleta para a creche”, relata. “Se for criança que usa fralda, deve-se lavar apenas a região genital.”
Outra dúvida das mães refere-se à ingestão de alimentos gelados. A médica esclarece: quando a criança está bem, tomar bebida gelada ou sorvete não faz mal. “Mas quando ela está com a imunidade baixa ou em contato constante com outras pessoas doentes, deve-se ter um cuidado maior. Não é bom sair da cama quente e pisar no chão frio. Não é isso que vai provocar a doença, e sim vírus e bactérias, mas mexe com a imunidade.”
Segundo a revista Viva Saúde deste mês, nos dias mais frios, o corpo gasta energia adicional para se manter aquecido, o que reduz a potência imunológica. Daí a importância de manter um cardápio variado, com frutas, verduras, legumes e carnes magras.
No cuidado com as crianças, Simíldeci reforça essa importância. “Deve-se oferecer uma alimentação saudável, mas respeitar a falta de apetite. Quando doente, a pessoa não sente o sabor dos alimentos, não adianta forçar. Dê líquidos, como sucos”, sugere, acrescentando a importância de aumentar o consumo de água: “Hidratar, sempre”.
Outra recomendação é perceber sintomas como tosse e falta de ar.
Eles podem indicar uma alergia, o que exige cuidados especiais com o ambiente. Além da fumaça do cigarro, podem fazer mal à criança alérgica animais de estimação, bichos de pelúcia, colchas felpudas, tapetes, cortinas e tudo que possa juntar poeira. Produtos com muito perfume, como desinfetantes e talcos, também são prejudiciais. E nada de deixar portas e janelas fechadas. “A casa precisa ficar aberta para o sol entrar. Tem de renovar o ar.”
Por último, um conselho fundamental: nunca medicar sem orientação médica, nem mesmo xaropes. “Existem xaropes com algumas substâncias que se a criança tiver um broncoespasmo, começando a expectorar, pode piorar”, menciona. “As medicações são específicas. Cada tipo de tosse tem tratamento específico.”
“Normalmente, no verão, casos de infecção respiratória mais agudos variam de 30% a 40% no atendimento infantil. No inverno, passam a corresponder a cerca de 50% das consultas ambulatoriais e a aproximadamente 50% das internações hospitalares”, cita a médica. “É o que podemos observar nessa época do ano.”
Lugar fechado, com intensa concentração de pessoas, facilita a transmissão de doenças. “O que realmente provoca esses quadros são vírus e bactérias, além das alergias”, explica. “No inverno, o problema é o confinamento. A variação do clima também acaba mexendo com o organismo. Nosso corpo acostuma-se à temperatura estável, constante, mas estranha as oscilações climáticas, como o quente-frio, frio-quente.”
Do resfriado à pneumonia, passando por alergias e as várias “ites” (como faringites, bronquites e rinites), as doenças mais incidentes afetam o sistema respiratório. Às vezes, os sintomas se confundem, podendo levar a interpretações equivocadas. “Uma tosse ou nariz escorrendo pode expor uma sinusite”.
Simíldeci orienta pais e responsáveis a observarem o estado da criança. Se perceber piora, devem levá-la a uma unidade de saúde, lembrando que quanto menor a idade, maior o risco.
Temor - Febre é um indicativo importante. “A maioria das crianças com pneumonia e broncopneumonia apresentam febre, exceto recém-nascidos. Abaixo de dois meses, os bebês podem ter essas doenças sem febre e até com hipotermia – eles ficam ‘geladinhos’.
Imunologicamente, o organismo não está bem desenvolvido”, expõe. “É importante baixar a febre porque quando começa a ficar mais alta provoca uma série de problemas e até convulsão, mas logo se deve procurar atendimento médico para saber qual a origem e como tratar o problema.”
Outro sintoma que assusta as mães é o chiado no peito. Segundo a médica, trata-se de um espasmo do brônquio, que tem um determinado calibre por onde passa o ar e, nesse processo, se encolhe. “É como um ar encanado, que sibila. Pode surgir numa bronquite, apontar a presença de muito catarro, uma infecção ou alergia”, prossegue. Da mesma forma, só um médico saberá dar o diagnóstico correto.
Simíldeci esclarece ainda que resfriado é diferente de gripe, embora muita gente ache que se trata da mesma doença. “O resfriado é mais suave, vem com uma coriza clarinha, alguns espirros, um pouquinho de tosse. A gripe provoca febre, indisposição, dor no corpo, mal estar e, muitas vezes, até vômito e diarréia. É um quadro mais sério”, diz.
Se a criança apresentar só espirros ou nariz escorrendo, a mãe pode usar soro fisiológico para limpar as narinas, dar muito líquido e observar. “Contudo, se os espirros evoluírem para uma tosse mais intensa, que chega a atrapalhar o sono, é motivo para dar uma olhada nesse pulmãozinho”, recomenda. “Outra situação que exige atenção é a de uma criança que está sendo medicada e apresenta febre, o que pode indicar uma piora do quadro respiratório ou até uma infecção de ouvido ou garganta, já que a região da face é toda comunicada.”
Manhãs – Como no inverno as manhãs ficam mais frias nas primeiras horas, o conselho é dispensar o banho e agasalhar o corpo, especialmente a cabeça, antes de sair de casa. “O banho não deve ser dado porque a criança sai da cama quentinha e pegará vento no rosto lá fora, lembrando que muitas mães levam os filhos de bicicleta para a creche”, relata. “Se for criança que usa fralda, deve-se lavar apenas a região genital.”
Outra dúvida das mães refere-se à ingestão de alimentos gelados. A médica esclarece: quando a criança está bem, tomar bebida gelada ou sorvete não faz mal. “Mas quando ela está com a imunidade baixa ou em contato constante com outras pessoas doentes, deve-se ter um cuidado maior. Não é bom sair da cama quente e pisar no chão frio. Não é isso que vai provocar a doença, e sim vírus e bactérias, mas mexe com a imunidade.”
Segundo a revista Viva Saúde deste mês, nos dias mais frios, o corpo gasta energia adicional para se manter aquecido, o que reduz a potência imunológica. Daí a importância de manter um cardápio variado, com frutas, verduras, legumes e carnes magras.
No cuidado com as crianças, Simíldeci reforça essa importância. “Deve-se oferecer uma alimentação saudável, mas respeitar a falta de apetite. Quando doente, a pessoa não sente o sabor dos alimentos, não adianta forçar. Dê líquidos, como sucos”, sugere, acrescentando a importância de aumentar o consumo de água: “Hidratar, sempre”.
Outra recomendação é perceber sintomas como tosse e falta de ar.
Eles podem indicar uma alergia, o que exige cuidados especiais com o ambiente. Além da fumaça do cigarro, podem fazer mal à criança alérgica animais de estimação, bichos de pelúcia, colchas felpudas, tapetes, cortinas e tudo que possa juntar poeira. Produtos com muito perfume, como desinfetantes e talcos, também são prejudiciais. E nada de deixar portas e janelas fechadas. “A casa precisa ficar aberta para o sol entrar. Tem de renovar o ar.”
Por último, um conselho fundamental: nunca medicar sem orientação médica, nem mesmo xaropes. “Existem xaropes com algumas substâncias que se a criança tiver um broncoespasmo, começando a expectorar, pode piorar”, menciona. “As medicações são específicas. Cada tipo de tosse tem tratamento específico.”