Caratê: inclusão social para atletas especiais

Integração melhora a qualidade de vida

Por Fabricio Tinêo | 30/6/2008

Possibilitar inclusão social através do caratê para atletas especiais. Este é o trabalho gratuito desenvolvido pelo professor Gustavo dos Santos, 52 anos, todos os sábados, das 9 às 10 horas, na Academia Dojan Atitude, Rua Fagundes Varella, 226, Bairro Ocian.

“Comecei esse trabalho em 2001, nas escolas. Daí surgiu a oportunidade de levá-lo às academias, ampliando o alcance. Esse projeto é inovador em Praia Grande. Nossos atletas especiais estão associados à Federação Paulista e participam de eventos”, relata Santos.

Além do lado esportivo, os atletas especiais aprendem lemas de vida como, formação de caráter, respeito, fidelidade para com o verdadeiro caminho da razão, criação de intuito positivo e contensão do espírito de agressão. “O caratê traz o convívio e a integração com a sociedade, além de proporcionar o desenvolvimento da coordenação motora, do reflexo e do equilíbrio”, afirma Santos.

Os atletas especiais treinam ao lado de meninos e meninas de seis a oito anos. “O convívio é ótimo. Eles percebem que não há discriminação. Começam a treinar, conversar e aos poucos vão progredindo no esporte e na vida”, diz Santos.

Atletas – Emerson Lossaço, 28 anos, residente no Bairro Vila Sônia, adora praticar caratê. “Estou há sete anos com o professor Gustavo. Esta arte marcial mudou minha vida. Aprendi a ler através dela. Gosto muito da disciplina do esporte e de treinar com a criançada. Eles são meus amigos. Caratê é união e nós somos verdadeiros companheiros”.

Marta Regina, 49 anos, moradora do Bairro Ocian, destaca a atividade para a manutenção da saúde. “Precisava fazer exercícios físicos e descobri o caratê. Adoro praticar katá. Estou aqui há dois anos e me acostumei com a criançada; eles me ensinam bastante. Esta modalidade mudou muito minha vida, principalmente a forma de pensar. Vi que sou capaz de fazer muita coisa”.

Pais – A autônoma Maria Cláudia, 37 anos, também do Ocian, acompanha o filho Ítalo Farnocchia, 8 anos. “Acho gratificante esta união. Meu pequeno tem a chance de conviver com pessoas especiais e aprende a respeitá-las. Preconceito não ajuda em nada”.

Ajudante geral de pedreiro, Lourivaldo Pereira, 47 anos, reside no Sítio do Campo e sempre leva a filha Valdineide Oliveira, 22 anos, para as aulas. “Ela melhorou muito no comportamento, ficou mais tranqüila e comportada. A Val gosta muito da criançada”.