Ações desenvolvidas por Praia Grande reduzem larva do mosquito da dengue no Município
Avaliação de Densidade Larvária de maio foi apresentada na Sala de Situação das Arboviroses
Por: RODRIGO HERRERO MTB: 46.260 | 23/06/2025
O combate ao mosquito ao Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika vírus e chikungunya segue sendo intensificado em Praia Grande. E produzindo ótimos resultados. Na última Avaliação de Densidade Larvária (ADL), realizada em maio, o índice apresentou uma redução e 70% em relação aos dados levantados em janeiro.
Os dados foram apresentados durante a Sala de Situação de Monitoramento das Arboviroses, ocorrida na última quarta-feira (18). Promovido pela Secretaria de Saúde Pública do Município, o encontro foi intersetorial e contou com a participação de profissionais médicos e de enfermagem da Atenção Primária, e técnicos da Vigilância Epidemiológica, Vigilância Sanitária e Saúde Ambiental, além de gestores das pastas da Educação, Assistência Social, Serviços Urbanos, Cultura e Turismo e Esportes e Lazer. Também marcaram presença na reunião membros do Hospital Igesp, Santa Saúde e Unimed.
O índice larvário saiu de 7,3 e alcançou 2,2, muito próximo do preconizado pelo Ministério da Saúde. Segundo a diretora da Divisão de Saúde Ambiental, Maria Fernanda Gonçalves, essa redução é fruto de uma série de intensificações que foram efetuadas ao longo do primeiro semestre deste ano.
“Após a avaliação larvária de janeiro nós disparamos uma série de ações de intensificação que surtiram muito efeito nessa avaliação de maio, reduzindo bastante os índices. Nós fizemos um trabalho especial nos pontos estratégicos, caso dos ferros-velhos, desmanches, locais de reciclagem. Foram feitas várias visitas nesses locais, com a aplicação de inseticida e larvicida. Além disso, os agentes de combate às endemias visitaram residências e comércios em vários bairros no período noturno, ampliando as ações de combate ao mosquito Aedes Aegypti. Outra ação importante foi o projeto Brigada contra o Aedes nas escolas, que foi renovada e ampliada nesse período e fortalece bastante o nosso trabalho”, enumera.
Na análise larvária, os agentes de combate às endemias fazem a medição da quantidade de larva existente em cada região do Município, identificando os bairros que concentram maior quantidade. A atividade permite fazer um mapeamento dos focos da dengue, auxiliando na definição e direcionamento das ações de prevenção e combate ao mosquito transmissor das arboviroses (dengue, chikungunya e zika). Essa avaliação ocorre quatro vezes por ano, seguindo determinação do Governo do Estado.
Além de medir a quantidade de larva existente, os agentes identificam em quais tipos de recipientes ela mais foi encontrada. Na última avaliação de maio, os campeões foram o balde e regador, seguidos pela lata, frasco e plástico, que são passíveis de remoção em casa pelos munícipes.
Mas apesar da redução do índice larvário, o alerta continua, mesmo no período de inverno. Nessa segunda análise, os bairros que apresentaram maior positividade foram o Real, Tupi, Melvi e Tupiry, que estão recebendo diversas ações de intensificação. Os agentes de combate às endemias visitam as residências, comércios, obras e pontos estratégicos (locais de reciclagem e materiais, desmanche de veículos, borracharias e cemitérios) para eliminar os criadouros e orientar a população para ajudar na luta contra a dengue. Também fazem parte da intensificação o desenvolvimento de ações educativas nas Unidades de Saúde da Família (Usafas), escolas municipais e estaduais e equipamentos do Programa de Integração e Cidadania (PIC) e do Centro de Apoio à Família do Educando (Cafe), que são efetuadas pelo setor de Informação, Educação e Comunicação (IEC), da Divisão de Saúde Ambiental da Sesap.
“A transmissão não para no inverno, pois já tem uma adaptação do mosquito para esse período. Estudos recentes trouxeram que a umidade também tem sido um fator favorável à proliferação do mosquito. E nesse período há mais umidade na nossa Região. Por isso, é muito importante que a população mantenha os cuidados e procure eliminar qualquer possibilidade de criadouro em casa”, enfatiza Maria Fernanda.
Cenário – Durante a reunião também foram atualizados os casos de dengue em Praia Grande em 2025. O Município registrou até o momento 769 casos e 1 óbito. Na ocasião, os técnicos procuraram orientar as equipes dos hospitais particulares quanto a importância da notificação dos casos suspeitos, para facilitar o acompanhamento dos pacientes e o levantamento de dados para direcionar as ações de prevenção e combate ao mosquito. Os participantes puderam ainda esclarecer dúvidas sobre a doença e como contribuir em suas áreas para a redução da proliferação do mosquito.
A Sala de Situação de Monitoramento das Arboviroses foi criada em janeiro a partir da Ordem de Serviço 01/2025, emitida pela Secretaria de Saúde praia-grandense. Ela é composta por especialistas de diversos setores da pasta e serve para acompanhar o andamento dos casos na Cidade e o cenário epidemiológico no Estado e no País e propor ações estratégicas para o controle do avanço da doença no Município. Com participação de outras pastas municipais e também entes de equipamentos privados, os encontros potencializam as medidas de cuidado da população no território.
“O objetivo dessa sala de situação é promover uma integração efetiva entre as secretarias para fortalecer a luta contra esse mosquito e evitar um problema maior. É muito importante esse grupo de monitoramento, que está atuando de forma efetiva, mantendo a vigília em relação aos casos. Una-se a isso a ampliação das equipes e o reforço das ações de vigilância em saúde que já são feitas ano a ano, tudo com o objetivo de trazer mais tranquilidade à população”, afirma o secretário de Saúde Pública de Praia Grande, Isaías Lima.
Ações – A Administração Municipal desenvolve anualmente inúmeras ações de combate ao mosquito Aedes Aegypti. Os agentes de combate às endemias percorrem os bairros para a realização do bloqueio de criadouros nas residências, além de orientar a população para evitar o surgimento de locais propícios para a criação de larvas do vetor das doenças. Também são visitados pontos estratégicos, casos de cemitério, desmanche de veículos, borracharias e locais de reciclagem de materiais.
Em paralelo a essas atividades, segue sendo efetuado pelo Município o trabalho de nebulização com a bomba costal em áreas de casos confirmados de dengue e nas localidades com suspeita de chikungunya. Ainda fazem parte das atividades as campanhas educativas nas unidades de saúde, nas escolas municipais e equipamentos sociais, por meio do setor de Informação, Educação e Comunicação (IEC), da Divisão de Saúde Ambiental.
O uso das armadilhas ovitrampas, criadas para capturar o mosquito Aedes Aegypti, é mais uma arma na luta contra a dengue. Instaladas em lugares de maior risco, as armadilhas seguem sob monitoramento e servem para indicar os tipos de mosquitos que estão sobrevoando por aquele local, ampliando as possibilidades de vigilância e ação dos técnicos da Sesap. As equipes fazem ainda a soltura de peixes da espécie Lebiste, conhecido como Barrigudinho, em grandes locais com água parada. Esse peixe come as larvas e ovos do Aedes Aegypti e de outros mosquitos.
Faça a sua parte – A população também precisa fazer a sua parte na guerra contra o mosquito Aedes Aegypti, pois 75% dos focos do mosquito estão nas residências. Veja como:
- Mantenha a caixa d’água bem fechada e coloque uma tela no ladrão da caixa d’água;
- Remova folhas, galhos e tudo que possa impedir a água de correr pelas calhas;
- Elimine os pratinhos de vasos de plantas ou coloque areia até a borda do prato;
- Mantenha os ralos telados e limpos jogando sal e cloro;
- Mantenha latas e garrafas com a boca virada para baixo e pneus em locais cobertos;
- Faça sempre a manutenção de piscinas ou fontes usando os produtos químicos apropriados.
Outra dica é descartar os pneus velhos e outros itens que acumulam água em um dos Ecopontos do Município. Os endereços podem ser consultados na Carta de Serviços, disponível no site (www.praiagrande.sp.gov.br).
Denúncia – Caso o munícipe queira fazer uma denúncia sobre focos de dengue, ele poderá entrar em contato com a Ouvidoria SUS (telefones 0800-773-3020 / 3472-9764, e-mail: atendimentosaude@praiagrande.sp.gov.br ou presencialmente na Rua João de Souza, s/n°, Mirim, segunda à sexta, das 9h às 16h) para que a equipe da Saúde Ambiental seja acionada e possa fazer uma vistoria na casa.
As equipes fazem ainda a soltura de peixes da espécie Lebiste, conhecido como Barrigudinho, em grandes locais com água parada. Esse peixe come as larvas e ovos do Aedes Aegypti e de outros mosquitos.
Vacinação – A vacinação contra a dengue permanece à disposição de crianças e adolescentes de 10 e 14 anos nas 31 Unidades de Saúde da Família (Usafas), de segunda a sexta-feira, das 9 às 16 horas. Para receber esta vacina é necessário que a criança esteja acompanhada dos pais ou de um responsável e apresentar documento com foto, carteira de vacinação e comprovante de residência dos pais ou do responsável.
Importante lembrar que o esquema vacinal deste imunizante é composto por duas doses. Portanto, se já passaram três meses que seu filho recebeu a primeira dose, procure o posto de saúde para completar a vacinação contra a dengue.
Sintomas – Em caso de sintomas como febre alta de início súbito, dores pelo corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo, a pessoa pode procurar a Unidade de Saúde da Família (Usafa) na qual está cadastrada. Em caso de sangramento, dor abdominal intensa, vômitos persistentes, aumento do fígado ou acúmulo de líquido, o munícipe deve se dirigir às Unidades de Pronto-Atendimento (UPA) Samambaia ou Quietude ou o Pronto-Socorro Central, no Bairro Guilhermina.