Aldeia indígena de Praia Grande recebe projeto sociocultural de arte circense

Ação gratuita premiada pelo ProAC é desenvolvida por ONG praiagrandense

01/09/2025

 

 

Crianças e adolescentes indígenas da Aldeia Tekoa Mirim, em Praia Grande, tiveram um domingo diferente ontem (31). Eles viram o circo de pertinho e ainda puderam vivenciar essa arte na prática. A ação faz parte do projeto “Equilibrando, do Picadeiro à Periferia”, desenvolvido pela ONG praiagrandense "Cia de Artes Tribus", que beneficia crianças e adolescentes de quatro cidades da Baixada Santista (Praia Grande, São Vicente, Itanhaém e Peruíbe). O projeto foi contemplado com o primeiro lugar no edital do Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo (ProAC), na categoria de fomento cultural para periferias.

 

A iniciativa integra uma série de 16 eventos socioculturais realizados ao longo de oito meses, trazendo uma proposta inovadora de atividades circenses com aulas de malabares, acrobacia aérea, equilíbrio de objetos, acrobacia de solo e confecção de equipamentos de malabares com materiais recicláveis — tudo com foco na inclusão, sustentabilidade e desenvolvimento de habilidades motoras e sociais. O evento culmina num show com vários números de circo e performances humorísticas, envolvendo artistas com diferentes experiências e nacionalidades. A ação também conta com uma roda de conversa sobre o universo circense, formação profissional e desafios da carreira artística.

 

O projeto já esteve em várias ONGs e escolas da região, mas foi a primeira vez que atendeu uma aldeia indígena. “Foi uma grande oportunidade para nossa comunidade, pois nunca tínhamos assistido o circo. Foi muito bonito e eu agradeço por terem vindo até a aldeia", destacou o cacique Edson de Oliveira. O produtor do projeto, Gustavo Rolim, comentou sobre a ação: "É uma grande experiência tanto para nós quanto para eles. Ao invés de trazê-los para nosso ambiente, nós fomos até eles para construir o universo circense dentro do seu mundo, para que tivessem a oportunidade de experimentar esta arte".

 

Segundo Rolim, o objetivo do projeto é democratizar o acesso às artes circenses, promovendo a experimentação, o aprendizado e a valorização dessa expressão cultural. “A magia do circo vai além do entretenimento; ela é uma ferramenta poderosa de inclusão, resistência e superação. Nosso objetivo é envolver os participantes de forma que eles possam levar essa experiência para suas vidas, inspirando mudanças positivas na comunidade. A ideia é levá-los a descobrirem suas potencialidades e a se tornarem agentes de transformação social através da arte”.

 

Projeto na Região - Com um total de 16 eventos planejados na região, o “Equilibrando, do Picadeiro à Periferia” leva cultura às áreas periféricas, mostrando que o circo é uma arte acessível e transformadora. A escolha das áreas está alinhada com o trabalho que a Companhia de Artes Tribus realiza há mais de uma década na região.

 

Tribus - Organização sem fins lucrativos criada em 2004, a Companhia de Artes Tribus atua nas áreas artística, cultural, social e humanitária e já levou seu trabalho para mais de 20 países de vários continentes. No Brasil já esteve em quase todos os Estados, desenvolvendo projetos que visam contribuir com a formação de crianças e adolescentes, e promoção de acessibilidade cultural para pessoas de todas as idades. Participou de grandes eventos, como Olimpíadas Rio 2016, Copa do Mundo 2014, Olimpíadas de Pequim 2008 e Jogos Pan-americanos 2007, como parte oficial do entretenimento dentro das arenas de competição. Entre seus projetos de destaque estão o “É Hora de Artes”, que atingiu mais de 50 mil crianças e foi premiado em Doha no Qatar, durante no WPC World Petroleum Congress.