Com auxílio da telemedicina, PG inova no atendimento a pacientes com suspeita de AVC

Rede de Urgência e Emergência e Atenção Hospitalar está estruturada

Por: RODRIGO HERRERO MTB: 46.260 | 20/08/2025

Tomógrafo do PS Central agiliza diagnósticos com ajuda de telemedicina e protocolo de AVC - Foto: Jairo Marques/Arquivo
Tomógrafo do PS Central agiliza diagnósticos com ajuda de telemedicina e protocolo de AVC - Foto: Jairo Marques/Arquivo

Praia Grande segue inovando na Saúde e trazendo soluções tecnológicas para tornar cada vez mais preciso o diagnóstico e qualificar a assistência da população. Assim como foi criado recentemente um fluxo específico para o atendimento de pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), com o apoio da telemedicina, a Rede de Urgência e Emergência e Atenção Hospitalar do Município organizou um fluxo para atender de forma mais ágil pessoas com suspeita de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Esse serviço também conta com o auxílio da telemedicina com um neurologista disponível remotamente 24 horas por dia para avaliar as tomografias e auxiliar no diagnóstico, encaminhando o paciente para o melhor e mais rápido tratamento para solucionar seu problema e evitar sequelas futuras.

 

No protocolo definido e já colocado em prática em toda a rede, os pacientes com sintomas relacionados ao AVC são priorizados na assistência e encaminhados para o Pronto-Socorro Central, no Bairro Guilhermina, para a realização de tomografia para identificar se o Acidente Vascular Cerebral é ou não hemorrágico. Isto é, no caso de pacientes atendidos nas Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) Quietude e Samambaia que forem identificados com suspeita de AVC, é acionado pela equipe o Código AVC, onde o PS Central é contatado e o paciente é levado imediatamente para a sala de emergência desta unidade de saúde que possui o tomógrafo para o prosseguimento do atendimento.

 

O mesmo vale para o paciente que for levado por meios próprios ao PS Central e acionar no totem da recepção o botão “Derrame”. Ele também será priorizado na triagem e atendimento até a sala de emergência para fazer a tomografia. Nesse protocolo, as ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) que já tiverem indicativo sintomático correspondente ao AVC por parte do médico regulador também vão direto para o PS Central.

 

No local, o paciente é avaliado pela equipe e é submetido a uma tomografia, que é avaliada pelo médico emergencista. Mas aqui há um acréscimo diagnóstico fundamental. Um neurologista da Rede Brasil AVC está disponível remotamente 24 horas por dia e, por meio de um aplicativo, ele recebe a tomografia e faz a avaliação à distância, auxiliando na qualificação do diagnóstico e na tomada de decisão da equipe que atua in loco. Além disso, todos os envolvidos no atendimento recebem notificação sobre o resultado e o laudo do exame, podendo acompanhar o andamento em tempo real do atendimento desse paciente, permitindo uma maior agilidade na sua resolução.

 

Caso a tomografia apresente que o paciente sofre de um AVC hemorrágico, ele é encaminhado diretamente para o Hospital Irmã Dulce para o prosseguimento do tratamento, que pode incluir cirurgia, com a equipe de neurocirurgia que é referência do Estado na Baixada Santista. No entanto, caso seja um AVC isquêmico, isto é, com ausência de sangue e oxigênio em uma região do cérebro, o paciente é atendido dentro do PS Central. Nesse caso, ele é submetido a uma trombólise, onde é administrada uma medicação para dissolver os coágulos sanguíneos que estão bloqueando o fluxo sanguíneo para o cérebro.

 

Mas para que esse medicamento possa ser administrado, garantindo sua eficácia e reduzindo os riscos, é importante que o atendimento seja rápido, dentro da janela terapêutica de quatro horas e meia após o início dos sintomas, conforme protocolo internacional. Após esse período, deverão ser indicados outros tipos de tratamento.

 

“Se a pessoa tiver dor de cabeça intensa, com perda ou diminuição de força motora de um dos membros, ou um dos lados do corpo sem conseguir mexer, dormência no rosto ou membro, paralisia ou boca torta, apresentar crise convulsiva, urinar ou evacuar de forma espontânea, esse paciente tem que buscar imediatamente o atendimento médico, para que seja avaliado pelas nossas equipes, fazendo tomografia e demais exames e, estando dentro desse tempo-limite de quatro horas e meia, é possível fazer o uso do trombolítico, medicação que restaura o fluxo sanguíneo ao dissolver o trombo, e depois continuar na UTI sendo monitorado”, explica a médica e diretora técnica da UPA Quietude, Tais Gago Jordão. “Dessa forma, com diagnóstico e atendimento rápido, o paciente irá voltar a ter uma vida normal, sem ou com o mínimo de sequelas possíveis. Mas é preciso que o paciente ou o acompanhante que estiver com o doente procure o serviço de urgência dentro dessa ‘janela de tempo’”, complementa.

 

Mais ações – A rede de Urgência e Emergência tem recebido diversas melhorias recentemente. Praia Grande é a única cidade da Baixada Santista a oferecer o marca-passo transvenoso temporário, fundamental para salvar vidas, em todas as suas unidades externas de pronto-atendimento. O Hospital Municipal Irmã Dulce, o Pronto-Socorro Central e as UPAs Quietude e Samambaia, estão oferecendo o aparelho e o serviço para atender aos pacientes que chegam a essas unidades com problemas cardiovasculares agudos que ainda não podem colocar um marca-passo definitivo.

 

Além disso, o Município organizou um fluxo específico para o atendimento de pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). O PS Central e as UPAs estão capacitados para atender rapidamente o paciente com episódio cardíaco e, se necessário, encaminhar para o Hospital Guilherme Álvaro (HGA), em Santos, serviço de referência regional determinado pelo Governo do Estado para a realização do cateterismo de urgência em casos de paciente com IAM.

 

No PS Central e na UPA Samambaia há um incremento com a possibilidade de um atendimento por telemedicina. O exame é enviado pelo computador do aparelho para uma equipe de cardiologistas em São Paulo que faz a análise, emite o laudo e está de prontidão para discutir o caso com a equipe in loco, se necessário. No PS Central o exame é enviado a uma equipe do HCor, enquanto na UPA Samambaia, o eletrocardiograma é avaliado por uma equipe do Beneficência Portuguesa de São Paulo.

 

Outra novidade foi a reorganização do fluxo de atendimento da UPA Quietude. Foi colocado um totem na recepção para direcionar o paciente de forma mais ágil, além da ampliação do atendimento com uma sala de enfermagem para a classificação de risco. Também foram ajustadas as escalas médicas para manter a equipe sempre completa, reduzindo as filas nos corredores e dinamizando todo o percurso do paciente pela unidade.

 

“Todas essas medidas implantadas na Rede de Urgência e Emergência e Atenção Hospitalar visam qualificar a assistência e ofertar a melhor condição do paciente e, com isso, reduzir os indicadores de mortalidade em doenças cardiovasculares. É um propósito desta gestão investir maciçamente, em parceria com o Estado, para ampliarmos e melhorarmos cada vez mais a nossa assistência”, destaca o secretário de Saúde Pública de Praia Grande, José Isaías Costa Lima.