PG faz análise larvária para mapear focos do mosquito da dengue
Atividade auxilia no direcionamento das ações de prevenção e combate ao Aedes Aegypti
Por: RODRIGO HERRERO MTB: 46.260 | 15/04/2024

O combate à dengue em Praia Grande não para. Além das ações de conscientização, nebulização e o bloqueio dos criadouros do mosquito Aedes Aegypti, os agentes de combate às endemias têm feito a coleta de larvas de mosquito nos imóveis para saber quais bairros concentram a maior quantidade. A atividade permite fazer um mapeamento dos focos da dengue, auxiliando na definição e direcionamento das ações de prevenção e combate ao mosquito transmissor das arboviroses (dengue, chikungunya e zika).
Denominado de Avaliação de Densidade Larvária (ADL), esse trabalho ocorre quatro vezes por ano, seguindo determinação do Governo do Estado. Até o momento foram vistoriados 460 quarteirões, passando por todo o território praia-grandense. Na última sexta-feira (12), as equipes fizeram uma varredura no Bairro Boqueirão.
“As ruas são definidas através de um programa de computador que sorteia as quadras. O Município é dividido em quatro áreas e o sistema sorteia 600 imóveis em cada uma delas. Com as ruas definidas, as equipes vão fazer as visitas para os locais determinados. A população recebe a orientação, é feita toda a vistoria e as larvas são coletadas. Elas são levadas para o laboratório na Saúde Ambiental e analisadas. Depois essas informações são lançadas no computador e o programa informa o índice do ADL de acordo com cada área e bairro”, explica a diretora da Divisão de Saúde Ambiental de Praia Grande, Maria Fernanda Gonçalves.
Além de medir a quantidade de larva existente em cada área do Município, os agentes identificam em quais tipos de recipientes ela mais foi encontrada. Na última avaliação, em janeiro, o campeão foi o pratinho de vaso de plantas.
“Essa análise norteia nossas ações e permite que a gente possa intensificá-las nos bairros que apresentaram maior índice. Além disso, podemos ver o que pode ser feito naquele bairro, de acordo com cada peculiaridade. Por exemplo, se determinado bairro tem muito ferro-velho ou muita construção, a gente estuda o que pode estar servindo de criadouro e daí direcionamos as ações com esse enfoque naquele bairro para melhorar o índice. E nas residências, as informações levantadas pelo ADL reforçam as ações de conscientização junto à população”, destaca Maria Fernanda.
A vendedora de artigos religiosos, Cida Gardinal, 62 anos, teve o seu comércio vistoriado, agradeceu o trabalho feito pela equipe e destacou a importância de todos fazerem a sua parte. “Acho esse trabalho maravilhoso, é fundamental combater a dengue. A gente aqui se cuida, não deixa água parada, usa repelente. Estamos sempre nos protegendo”, diz.
Emergência – A Prefeitura de Praia Grande decretou em 8 de março situação de emergência em saúde pública para a dengue. Essa medida permite adotar todas as medidas administrativas necessárias a fim da imediata resposta por parte da Administração Municipal, visando o enfrentamento das arboviroses urbanas. Foi criado ainda o Centro de Enfrentamento das Arboviroses Urbanas de Praia Grande (CEAU-PG), que reúne diversas secretarias, instituições de saúde e órgãos públicos para fortalecer as atividades educativas.
Ações – Os agentes de combate às endemias do Município estão percorrendo os bairros e visitando as residências para a realização do bloqueio de criadouros, além de orientar a população para evitar o surgimento de locais propícios para a criação de larvas do vetor das doenças.
Praia Grande também tem reforçado os trabalhos de nebulização com a máquina pulverizadora acoplada ao carro, conhecido popularmente como fumacê. Atualmente, as ações ocorrem no Bairro Guilhermina, após o término no Tupi.
Outra iniciativa é a visita a obras e pontos estratégicos, casos de cemitério, desmanche de veículos, borracharias e locais de reciclagem de materiais. Ainda fazem parte das atividades as campanhas educativas nas unidades de saúde e nas escolas municipais, por meio do setor de Informação, Educação e Comunicação (IEC), da Divisão de Saúde Ambiental.
O uso das armadilhas ovitrampas, criadas para capturar o mosquito Aedes Aegypti, é mais uma arma na luta contra a dengue. Instaladas em lugares de maior risco, as armadilhas seguem sob monitoramento e servem para indicar os tipos de mosquitos que estão sobrevoando por aquele local, ampliando as possibilidades de vigilância e ação dos técnicos da Sesap.
Faça a sua parte – A população também precisa fazer a sua parte na guerra contra o mosquito Aedes Aegypti, pois mais de 90% dos focos do mosquito estão nas residências. Veja como:
- Mantenha a caixa d’água bem fechada e coloque uma tela no ladrão da caixa d’água;
- Remova folhas, galhos e tudo que possa impedir a água de correr pelas calhas;
- Elimine os pratinhos de vasos de plantas ou coloque areia até a borda do prato;
- Mantenha os ralos telados e limpos jogando sal e cloro;
- Mantenha latas e garrafas com a boca virada para baixo e pneus em locais cobertos;
- Faça sempre a manutenção de piscinas ou fontes usando os produtos químicos apropriados.
Outra dica é descartar os pneus velhos e outros itens que acumulam água em um dos Ecopontos do Município. Os endereços podem ser consultados na Carta de Serviços, disponível no site (www.praiagrande.sp.gov.br).
Denúncia – Caso o munícipe queira fazer uma denúncia sobre focos de dengue, ele poderá entrar em contato com a Ouvidoria SUS (telefones 0800-773-3020 / 3472-9764, e-mail: atendimentosaude@praiagrande.sp.gov.br ou presencialmente na Rua João de Souza, s/n°, Mirim, segunda à sexta, das 9h às 16h) para que a equipe da Saúde Ambiental seja acionada e possa fazer uma vistoria na casa.
As equipes fazem ainda a soltura de peixes da espécie Lebiste, conhecido como Barrigudinho, em grandes locais com água parada. Esse peixe come as larvas e ovos do Aedes Aegypti e de outros mosquitos.
Sintomas – Em caso de sintomas como febre alta de início súbito, dores pelo corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo, a pessoa pode procurar a Usafa na qual está cadastrada. Em caso de sangramento, dor abdominal intensa, vômitos persistentes, aumento do fígado ou acúmulo de líquido, o munícipe deve se dirigir às Unidades de Pronto-Atendimento (UPA) Samambaia ou Quietude ou o Pronto-Socorro Central, no Bairro Guilhermina.