Programa Família Acolhedora transforma as vidas de crianças de Praia Grande

Cuidado temporário que dura para sempre. Essa á e ideia do Programa Família Acolhedora, que visa proporcionar acolhimento para crianças que precisam ser afastadas provisoriamente de suas famílias de origem – por serem vítimas de abandono, abuso, violência ou qualquer outro tipo de situação que lhes causem ausência ou violação de direitos.

Em Praia Grande, a iniciativa é trabalhada com seriedade e dedicação pela Prefeitura Municipal, além de ser considerada um exemplo na região. Funciona assim: quando há uma denúncia de desrespeito aos direitos dos pequenos, abre-se o precedente para que eles possam vir a ser retirados do convívio familiar inicial, a pedido do Poder Judiciário, e levados para um abrigo coletivo. Neste local, recebem tudo que precisam: como alimentação, higiene e espaço para dormir e estudar.

Apesar de terem suas necessidades atendidas, esse momento pode ser mais humanizado se for realizado em um ambiente ainda mais acolhedor. Isso porque, ao serem recebidos em uma residência, eles podem obter uma atenção mais individualizada e personalizada, de forma que tenham uma experiência mais confortável enquanto seus destinos são definidos. A meta é dar mais carinho e conforto a eles nessa circunstância delicada de suas vidas.

Foi o que disse a psicóloga do programa na Cidade, Sthefanny Meira, ressaltando também a relevância da ação. “Nos últimos dois anos, já atendemos 34 crianças e adolescentes. Para se ter um paralelo, o número de acolhimentos em outros municípios da região é de 20, no máximo. Além disso, contamos com seis famílias inscritas em nosso banco de cadastros em pouco tempo de serviço, se comparado com cidades vizinhas que contam com oito em quase duas décadas de atuação. Ou seja, estamos acima da média local com essa iniciativa. Mas precisamos de mais. Quanto mais pessoas dispostas a nos ajudar nessa missão, melhor”.

Como funciona – O programa, que atende as diretrizes do Sistema Único de Assistência Social (Suas) e tem amparo na Lei Municipal nº 2.076 (de 2021), permite que os interessados fiquem com os pequenos por até 18 meses. Antes disso, no entanto, os selecionados são preparados por uma equipe de profissionais capacitados, que avaliam a aptidão e o perfil de cada um para receber as crianças em situação de vulnerabilidade social – até que possam retornar para seus locais de origem ou, quando isso não é possível, ser encaminhados para adoção. Isso porque acolhimento e adoção são coisas distintas, inclusive no seu período de duração: o primeiro é temporário, enquanto o segundo é definitivo.

Os participantes contam ainda com auxílio financeiro oferecido pela Prefeitura. As identidades e endereços de cada um são mantidos em sigilo, visando garantir mais segurança aos envolvidos. Outra medida de proteção é assegurar que não haja nenhum tipo de contato com os parentes dos pequenos. “A não ser que sejam irmãos ou irmãs na mesma condição, que também podem entrar para o sistema de acolhimento, já que cada família pode receber até três crianças. Nossa prioridade atualmente, entretanto, é proporcionar o atendimento de crianças com até 7 anos de idade”, completou Sthefanny.

Quem pode participar – Os interessados precisam ter mais de 18 anos, morar na Cidade, ter renda fixa e atender a outros requisitos do serviço, como não ter cadastro no sistema de adoção. Lembrando que qualquer configuração de família é aceita no Programa. Em casos de dúvidas ou mais informações, basta ligar nos números (13) 3496-5026 ou (13) 99777-0631. O contato pode ser feito também através do e-mail familiaacolhedora@praiagrande.sp.gov.br ou pessoalmente, na Rua José Carlos de Oliveira, nº 130, no Bairro Boqueirão.