Projeto sociocultural leva arte circense para aldeia indígena de Praia Grande
Ação gratuita premiada pelo ProAC ocorre até terça-feira em 4 cidades da Baixada
29/08/2025

O projeto “Equilibrando, do Picadeiro à Periferia” está de volta à Baixada Santista neste final de semana e desta vez atenderá um público especial: crianças e adolescentes da aldeia indígena Tekoa Mirim, localizada em Praia Grande. Além deste público, o projeto levará a arte circense para áreas periféricas de São Vicente, Itanhaém e Peruíbe. A expectativa é atender cerca de 700 crianças das quatro cidades no período que vai de 30/08 a 02/09.
A iniciativa é desenvolvida pela Cia de Arte Tribus e integra uma série de 16 eventos socioculturais realizados ao longo de oito meses, trazendo uma proposta inovadora de atividades circenses voltadas para crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, com aulas de malabares, acrobacias, entre outras. O projeto foi contemplado com o primeiro lugar no edital do Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo (ProAC), na categoria de fomento cultural para periferias.
O projeto já esteve em várias ONGs e escolas da região, mas será a primeira vez que atenderá uma aldeia indígena. “Será uma grande experiência tanto para nós quanto para eles. Não traremos os indígenas para nosso ambiente, mas vamos até eles para construir o universo circense dentro do mundo deles. Queremos envolvê-los e dar oportunidade para que vivenciem e experimentem o circo”, afirmou o produtor do projeto, Gustavo Rolim.
Programação - Neste sábado (30), a ação será desenvolvida em Itanhaém, na ONG Associação Desportiva Recreativa Cultural Solar da Capoeira Beija-Flor (Estrada Municipal - Raminho, 195, Vila Loty, lado morro), das 8h30 às 12h30. No domingo (31/08), o evento ocorrerá em Praia Grande, na Aldeia Indígena Tekoa Mirim, das 9h às 13h. Na segunda-feira (01/09) será a vez de Peruíbe receber o projeto. Será na ONG Caraguava em Ação (Rua Projetada Nove, 489), em dois períodos: das 7h às 11h e das 13h às 16h30. E na terça-feira, atenderá São Vicente na Escola Margarida Pinho, das 7 às 11h e das 13 às 16h30.
A iniciativa inclui oficinas de acrobacia aérea, equilíbrio de objetos, acrobacia de solo e confecção de equipamentos de malabares com materiais recicláveis — tudo com foco na inclusão, sustentabilidade e desenvolvimento de habilidades motoras e sociais. O evento culmina num show com vários números de circo aéreo, malabares, acrobacias e performances humorísticas, envolvendo artistas com diferentes experiências e nacionalidades. A ação também conta com uma roda de conversa sobre o universo circense, formação profissional e desafios da carreira artística.
Vale destacar que as atividades são pensadas para serem acessíveis e inclusivas, com suporte de monitores especializados, intérpretes de LIBRAS e equipamentos ajustáveis, garantindo a participação de todos, inclusive pessoas com neurodiversidade e deficiências. “O objetivo é democratizar o acesso às artes circenses, promovendo a experimentação, o aprendizado e a valorização dessa expressão cultural”, destaca Gustavo Rolim. “A magia do circo vai além do entretenimento; ela é uma ferramenta poderosa de inclusão, resistência e superação. Nosso objetivo é envolver os participantes de forma que eles possam levar essa experiência para suas vidas, inspirando mudanças positivas na comunidade. A ideia é levá-los a descobrirem suas potencialidades e a se tornarem agentes de transformação social através da arte”.
Segundo ele, o projeto reafirma o compromisso da Cia Tribus de usar a arte como ferramenta de inclusão e educação, promovendo o acesso às expressões culturais em áreas onde a vulnerabilidade social é mais presente.
Projeto na Região - Com um total de 16 eventos planejados na região, o “Equilibrando, do Picadeiro à Periferia” leva cultura às áreas periféricas, mostrando que o circo é uma arte acessível e transformadora. A escolha das áreas está alinhada com o trabalho que a Companhia de Artes Tribus realiza há mais de uma década na região.
Tribus - Organização sem fins lucrativos criada em 2004, a Companhia de Artes Tribus atua nas áreas artística, cultural, social e humanitária e já levou seu trabalho para mais de 20 países de vários continentes. No Brasil já esteve em quase todos os Estados, desenvolvendo projetos que visam contribuir com a formação de crianças e adolescentes, e promoção de acessibilidade cultural para pessoas de todas as idades. Participou de grandes eventos, como Olimpíadas Rio 2016, Copa do Mundo 2014, Olimpíadas de Pequim 2008 e Jogos Pan-americanos 2007, como parte oficial do entretenimento dentro das arenas de competição. Entre seus projetos de destaque estão o “É Hora de Artes”, que atingiu mais de 50 mil crianças e foi premiado em Doha no Qatar, durante no WPC World Petroleum Congress.