Praia Grande mantém queda na mortalidade infantil em janeiro

Índice ficou em 9,5 mortes a cada mil nascidos vivos

Por: RODRIGO HERRERO | 15/02/2024

Praia Grande segue colhendo resultados positivos na saúde. O mês de janeiro registrou 9,5 mortes a cada mil nascidos vivos, mantendo a taxa de mortalidade infantil abaixo de dois dígitos alcançada em 2023.

 

Esse índice mantido de forma sustentada indica o avanço das políticas públicas do Município nessa área. Os números correspondem a óbitos de crianças menores de um ano e são provenientes do Sistema de Informação de Óbitos (SIM) e do Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC), ambos ligados ao Ministério da Saúde.

 

Uma série de ações têm impactado no baixo índice de mortalidade infantil. Entre os exemplos está a contratação de mais médicos para fortalecer o atendimento nas Unidades de Saúde da Família (Usafas), garantindo um acompanhamento integral da gestante e do bebê. Além disso, as inúmeras melhorias que estão sendo realizadas na Maternidade do Hospital Municipal Irmã Dulce (HMID), trazendo um atendimento mais qualificado e humanizado à população.

 

“Esse número reflete o trabalho realizado em todos os níveis de Atenção à Saúde. O paciente recebe um acompanhamento integral em saúde dentro do seu próprio território, com uma abordagem multiprofissional, não centrada apenas no médico. Além disso, nosso sistema funciona em rede, permitindo a continuidade no tratamento. Meus parabéns aos profissionais de todos os níveis de Atenção à Saúde de Praia Grande pelo resultado”, afirma o secretário de Saúde Pública de Praia Grande, Cleber Suckow Nogueira.

 

Ações – O Município possui uma robusta estrutura de saúde voltada para a saúde preventiva, com foco na promoção da saúde e na prevenção de doenças. São 30 Usafas e mais de 100 equipes de saúde da família, cobrindo 100% da população. Ao longo de 2023, a rede de Atenção Primária foi fortalecida com a chegada de novos profissionais do Programa Mais Médicos ao longo do ano, proporcionando a composição das equipes e beneficiando a Estratégia de Saúde da Família (ESF).

 

As unidades possuem equipe multiprofissional, com médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, cirurgiões-dentistas e agentes comunitários de saúde, que passam frequentemente por capacitação, proporcionando um acompanhamento mais adequado. As Usafas recebem também o apoio dos profissionais dos Programas da Residência Médica e da Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade de Praia Grande, além da equipe de eMulti (antigo Nasf), composta por profissionais de diversas áreas, como ginecologista e pediatra, que dão suporte às unidades em casos que necessitam de maiores cuidados.

 

Praia Grande tem se esforçado em aprimorar cada vez mais o atendimento e a atualização precisa dos dados, facilitando a comunicação e o acesso às informações entre os profissionais. Isso levou o Município a alcançar o melhor desempenho nos indicadores do Programa Previne Brasil da Baixada Santista e um dos melhores do Estado.

 

“Todos esses esforços desenvolvidos na Atenção Primária permitem que mãe e bebê recebam acompanhamento adequado na própria Usafa, perto de sua residência, desde a confirmação da gravidez até o nascimento, após o parto e nos primeiros anos de vida da criança”, diz Nogueira.

 

E as ações no cuidado com a mãe e a criança têm sido premiadas. Em outubro passado, o Município recebeu o Prêmio Luiza Matida devido à eliminação da transmissão vertical do HIV (de mãe para filho na gestação). Para receber a menção honrosa, a Cidade deve estar há pelo menos dois anos sem nenhum caso de criança positiva devido à transmissão vertical. Em Praia Grande, o último caso foi registrado em 2020, por isso, foi uma das contempladas pelo prêmio oferecido pelo Programa Estadual de IST/Aids-SP, em parceria com a Atenção Básica e o Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems). E esse resultado foi alcançado graças ao trabalho feito em parceria por toda a rede, desde a Usafa até o Serviço de Atendimento Especializado (SAE), responsável pelo acolhimento de pacientes com HIV e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

 

Ceas Mulher – Outro equipamento fundamental para o bem-estar das gestantes é o Ceas Mulher (Centro de Apoio à Saúde da Mulher), no Bairro Caiçara, que faz parte da Rede de Especialidades Médicas. Os ginecologistas do equipamento fazem todo o acompanhamento dos pré-natais de risco de forma integrada com as Usafas. Os casos de maior complexidade são encaminhados para atendimento referenciado no Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, ou no Ambulatório Médico de Especialidades do Estado (AME) de Praia Grande.

 

Outro serviço importante é o monitoramento das gestantes de risco, feito pelo Acolhe PG (telefone 162, opção 3), em parceria com o Ceas Mulher. Uma equipe acompanha esses pré-natais, garantindo que as gestantes não percam as consultas na rede municipal e também no Hospital Guilherme Álvaro. Caso a gestante falte, a equipe do Acolhe PG remarca para o mais breve possível e avisa a paciente.

 

Maternidade – O Hospital Municipal Irmã Dulce (HMID) é outro elemento fundamental para um bom nascimento e acompanhamento logo após o parto. A Maternidade recebeu reforço na equipe e conta com 26 leitos, além de 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal para atendimentos mais complexos e que, por isso, recebem pacientes de municípios próximos.

 

A Prefeitura implantou em 2023 um sistema de monitoramento neurológico de bebês prematuros, que tem ajudado a evitar lesões cerebrais nos recém-nascidos. O moderno aparelho monitora 24 horas os bebês com risco, com acompanhamento em tempo real de uma central de vigilância e inteligência, em São Paulo, que informa a equipe da Maternidade caso haja qualquer alteração no quadro neurológico da criança. Esse trabalho deu maior amplitude na avaliação e diagnóstico precoce dos pacientes internados na UTI Neonatal.

 

A Maternidade realiza também uma triagem neonatal onde são feitos exames fundamentais para garantir a saúde do recém-nascido, como teste do pezinho, do coraçãozinho, da orelhinha, do olhinho, além da primeira vacinação. Na unidade também é incentivado o aleitamento materno desde os primeiros momentos do bebê, com equipe capacitada para dar as orientações para a mãe.

 

Também foi implantada na Maternidade uma sala dedicada ao parto humanizado, com luzes especiais, músicas relaxantes e difusão de aromas, proporcionando um momento mais agradável para a mulher no parto. Além disso, a mãe e a criança que recebem alta do hospital vão para casa com a consulta pré-agendada na Usafa para prosseguir o acompanhamento com a equipe da unidade, garantindo a continuidade do acesso à saúde dessa família.

 

Incentivo à Amamentação – A Secretaria de Saúde Pública (Sesap) de Praia Grande criou ainda outros serviços para proporcionar maior saúde à gestante e ao bebê e incentivar o aleitamento materno, responsável por prevenir inúmeras doenças e oferecer benefícios para a lactante após o parto. O Posto de Coleta de Leite Humano foi criado para recolher doações de leite materno para bebês prematuros ou de baixo peso internados na UTI Neonatal do CHID. A doação pode ser feita na sede física do posto, no Centro Especializado em Reabilitação (CER), no Bairro Mirim, ou retirada em casa por uma equipe da Sesap. Quem quiser doar só precisa entrar em contato pelo número 3496-5262, de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h, por ligação ou mensagem.

 

Em setembro de 2023, foi implantado no CHID uma extensão do Posto de Coleta para reforçar as ações de aleitamento materno no Município. O local é responsável pelo porcionamento e distribuição do leite humano doado pelas mamães para os bebês da UTI Neonatal do Hospital.

 

Outro serviço de destaque é o Disque Amamentação, disponível para as mulheres tirarem dúvidas com profissionais capacitados. O atendimento ocorre pelo Acolhe PG no telefone 3496-5262, de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h, por ligação ou mensagem.

 

O Acolhe PG desenvolve ainda o projeto Abordagem Precoce, em que técnicos contatam as mães logo após a alta hospitalar para tirar dúvidas sobre a amamentação. Esse acompanhamento ocorre também em outros períodos até os três meses do parto, visando evitar o desmame precoce.