Entenda como funciona o SAMU em Praia Grande e saiba quando acionar 192

Sempre atento, pronto para acudir quem necessita e salvar vidas 24 horas por dia. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Praia Grande é referência na Baixada Santista, possui uma das melhores estruturas da Região e equipe altamente capacitada para o atendimento de situações que necessitam de resposta imediata no dia a dia da Cidade. Mas você sabe como funciona o serviço? E quando acionar o 192?

Para responder essas perguntas, é importante entender como é o percurso de uma chamada após o acionamento da população. Ao acionar o 192, o chamado vai para a Central de Regulação Regional, que atualmente está localizada em Itanhaém. A primeira pessoa que atende é o Telefonista Auxiliar de Regulação Médica (TARM). Ele é responsável por fazer a abordagem inicial, tomar os dados da ocorrência e do paciente e passar o caso para o médico regulador.

Este, por sua vez, faz a triagem do caso e define a prioridade e qual recurso será disponibilizado, se uma Unidade de Suporte Básico (USB) ou uma Unidade de Suporte Avançado (USA). Praia Grande possui nove USBs e duas USAs. A USB é composta por técnico ou auxiliar de enfermagem e um condutor socorrista e atende casos de menor complexidade, possuindo equipamentos básicos de suporte à vida, como itens para curativos, imobilização, acesso venoso e o Desfibrilador Externo Automático (DEA), fundamental para casos de parada cardiorrespiratória. Já a USA é acionada para os casos mais graves, que necessitam de intervenção médica. Essas ambulâncias contêm condutor socorrista, enfermeiro e médico e possuem equipamentos para cardioversão e desfibrilação, ventiladores mecânicos e bombas de infusão a medicações específicas.

A partir da definição da prioridade, um rádio operador faz o contato da central com as bases e delas para as viaturas disponíveis. Praia Grande se destaca neste quesito, pois possui quatro bases descentralizadas pelo território. As unidades ficam nos bairros Samambaia, Quietude, Boqueirão e Maracanã. E isso influencia no tempo que os profissionais levam para chegar ao local. Essas bases espalhadas aproximam o serviço das ocorrências, tornando mais rápido o acesso do recurso ao munícipe.

“A prioridade de atendimento da base é sempre o mais próximo do local da ocorrência, então, o acionamento de determinada base dependerá do bairro e de sua limitação geográfica. Um caso próximo do Bairro Boqueirão, por exemplo, quem vai atender vai ser uma USB situada no próprio Boqueirão, a não ser que elas já estejam empenhadas em outras ocorrências, então pode ser acionada uma ambulância de outra base. E tudo isso influencia no tempo-resposta, mas sempre damos prioridade para a região geográfica delimitada da base. No caso das USAs, elas ficam em polos distantes uma da outra para termos uma cobertura mais ampla. Por tudo isso, nosso tempo-resposta em relação aos outros municípios da Região é muito melhor”, explica o coordenador médico do SAMU de Praia Grande, Silvio Vassão Junior.

Outro diferencial é a frota do SAMU, composta por 11 ambulâncias e uma motolância. “A quantidade de veículos disponíveis por Praia Grande é acima do preconizado pelo Ministério da Saúde, ou seja, nossa cobertura é muito boa e resulta em um tempo-resposta melhor, chegando ao local com mais rapidez”, enfatiza Vassão. 

Quando chamar – Uma coisa que por vezes confunde as pessoas é quando acionar o SAMU. O serviço prioriza situações que demandem atendimento mais rápido, emergencial. Por isso, o 192 é indicado apenas para caos que necessitem de atendimento imediato. Veja a seguir alguns exemplos:

• Na ocorrência de problemas cardio-respiratórios;

• Intoxicação exógena e envenenamento;

• Queimaduras graves;

• Na ocorrência de maus tratos;

• Trabalhos de parto em que haja risco de morte da mãe ou do feto;

• Em tentativas de suicídio;

• Crises hipertensivas e dores no peito de aparecimento súbito;

• Quando houver acidentes/traumas com vítimas;

• Afogamentos;

• Choque elétrico;

• Acidentes com produtos perigosos;

• Suspeita de Infarto ou Acidente vascular Cerebral (AVC), como alteração súbita na fala, perda de força em um lado do corpo e boca torta (desvio do ponto de união dos lábios no canto da boca);

• Agressão por arma de fogo ou arma branca;

• Soterramento, desabamento;

• Crises convulsivas;

• Transferência inter-hospitalar de doentes graves;

• Outras situações consideradas de urgência ou emergência, com risco de morte, sequela ou sofrimento intenso.

Outro serviço de urgência muito usado é o Corpo de Bombeiros 193, que atua em parceria com o SAMU e é muito importante em algumas ocorrências. “Os Bombeiros atendem casos, por exemplo, em que há pessoas presas dentro de um veículo, necessitando de materiais e técnicas específicas deles. Locais de difícil acesso e áreas remotas também fazem parte dos Bombeiros. Outro exemplo é o de uma pessoa que caiu dentro do vão do elevador em um prédio em obras, precisa de corda e instrumentos que o Bombeiro possui, eles retiram a pessoa e entregam para o SAMU seguir com o atendimento”, destaca Vassão. “O resgate de vítimas de afogamento também é com eles, pois a faixa de areia é deles. Mas é comum o SAMU ir junto e prestar apoio e, quando os Bombeiros, por ventura, não chegaram e a vítima está na faixa de areia, nós fazemos o atendimento”.

Confira alguns exemplos de quando ligar para o 193:

• Incêndios em residências, empresas, estruturas e em vegetação;

• Acidentes de trânsito com vítimas;

• Afogamentos;

• Acidentes domésticos (queimaduras, intoxicação, explosões e ferimentos em geral);

• Quedas de plano elevado ou de mesmo nível que resultem em lesões;

• Busca de pessoas;

• Salvamento em ambientes hostis;

• Lesões provenientes de agressão e ataques de animais;

• Ferimentos por arma de fogo e objetos cortantes/perfurantes;

• Emergências com produtos perigosos e combustíveis;

• Desabamentos, soterramentos e deslizamentos;

• Emergências resultantes de vendavais, enchentes, temporais e chuvas de granizo.

Trotes – Um problema que prejudica o trabalho do SAMU é o trote. Uma brincadeira que, de inofensiva não tem nada, pode atrapalhar o salvamento de uma pessoa. Por isso, a Secretaria de Saúde Pública (Sesap) de Praia Grande orienta a população para que acione o SAMU somente quando realmente necessário e entenda o quão é negativo passar trotes.

“A partir do momento em que somos acionados nós estamos disponibilizando recursos humanos e materiais, então, há gasto. Só de se deslocar em direção ao atendimento já estamos empenhados na ocorrência. Por exemplo, se durante o atendimento da USA a um trote no Forte ocorre uma parada cardíaca no Boqueirão, a equipe vai ter que acionar a outra USA que está há 10, 15 quilômetros de distância, o que vai impactar no tempo-resposta. Porque a primeira já está empenhada em uma ocorrência e eu só sei que foi trote quando chegar no local e não tiver nada. Isso gera gasto de combustível e estresse da equipe, porque toda parada cardíaca é código vermelho e isso exige maior esforço físico e desgaste do profissional. Então, quando acontece um trote estamos deixando de atender uma pessoa que precisa e isso é muito prejudicial ao nosso trabalho e à Saúde em geral”, diz Vassão.

Vida e morte – O coordenador médico do SAMU praia-grandense também fala sobre o seu sentimento em trabalhar salvando vidas. “Eu faço algo que eu amo. A gente se forma em Medicina e muitas vezes é direcionado para uma especialidade ou outra, mas eu falo que o SAMU é um chamado, toda vez que toca uma ocorrência parece que pulsa algo diferente dentro da gente, está na nossa veia. Nossa missão é estar no limite entre a vida e a morte, uma intervenção que a gente faz em minutos evita a morte de um paciente. A nossa prioridade é que o paciente fique e se mantenha bem”, afirma Vassão.

E a atuação na USA é ainda mais impactante, pois essa ambulância é destinada para os casos mais urgentes e graves. Ou seja, o tempo conta e muito. “Quantas vezes evitamos o paciente de ser entubado porque chegamos a tempo. Às vezes nós somos a chance de o paciente ter uma sobrevida, uma sobrevida com qualidade. Especialmente nos casos do coração e do cérebro o tempo é fundamental, então, buscamos sempre oferecer o melhor recurso e tratamento de forma mais ágil possível. São minutos que fazem a diferença. Eu tenho muito orgulho de trabalhar no SAMU”, conclui Vassão.

Frota renovada – No primeiro semestre de 2025, Praia Grande renovou a frota da Saúde, com a aquisição de 17 novos veículos. Desse total, 14 foram adquiridos pelo Município e três foram cedidos pelo Ministério da Saúde, sendo nove modernas ambulâncias para o SAMU e oito novas Unidades de Transporte de Saúde (UTS), que fazem o transporte e remoção de pacientes que atendem a critérios específicos, como estarem acamados ou ainda serem oxigênio dependentes, e possuem laudos esse serviço.

Com as aquisições, o SAMU de Praia Grande passou a contar com uma frota totalmente renovada, composta por 11 ambulâncias e uma motolância. Esses novos veículos são equipados com kit contendo desfibrilador externo automático (DEA), oxímetro e aspirador portátil. Um dos destaques é a ambulância com UTI Neonatal. O equipamento oferece mais qualidade à assistência dos bebês recém-nascidos que necessitam de transporte de urgência e emergência.

Capacitações – Um dos motivos da excelência no atendimento à população é a realização constante de capacitações para as equipes que atuam no serviço. As atividades ocorrem dentro das quatro bases descentralizadas, situadas nos bairros Boqueirão, Maracanã, Quietude e Samambaia, para não afetar o atendimento.

São abordados diversos temas, como abordagem do paciente e segurança da cena, urgências clínicas no paciente adulto e também na criança, urgências psiquiátricas, obstétricas, assistência ao parto e cuidados com o recém-nascido, manejo de vias aéreas, ressuscitação cardiopulmonar. O objetivo é reforçar conceitos e manter a equipe atualizada dos procedimentos e normas, visando sempre um atendimento mais adequado à população.