Hospital Municipal Irmã Dulce é referência em doação de órgãos

PG está entre os líderes em notificações para captação de órgãos e em doadores efetivos

Por: RODRIGO HERRERO MTB: 46.260 | 25/09/2025

Foto Jairo Marques / Prefeitura de Praia Grande

O Hospital Municipal Irmã Dulce é referência no Estado de São Paulo na captação de órgãos e tecidos. Esse levantamento é realizado com base nas notificações feitas pela unidade à Organização de Procura de Órgãos da Escola Paulista de Medicina (OPO-EPM), responsável por procurar e captar órgãos e notificar à Central de Transplantes. Só em 2024, o Hospital registrou 45 notificações de morte encefálica, resultando em 18 captações de órgãos. Ao todo, foram disponibilizados 57 órgãos, incluindo 33 rins, oito fígados, 10 córneas, um pâncreas, dois pulmões e três corações.

 

Segundo a OPO-EPM, o Hospital Municipal Irmã Dulce foi o segundo hospital que mais realizou notificações de morte encefálica na região Sul e Litoral de São Paulo (região abrangida por essa OPO) em 2024, demonstrando todo o comprometimento da instituição com a doação de órgãos e a importância desse trabalho que traz esperança a quem aguarda por um transplante. Outro dado interessante é quanto às doações efetivas, ou seja, quando o processo iniciado na notificação de morte encefálica gera a captação do órgão e o transplante é concluído com sucesso.

 

“Segundo a OPO do Estado, o Hospital Irmã Dulce é o primeiro lugar dos hospitais do Estado que mais teve doadores efetivos e transplantados em 2024. Esse é um dado fantástico, pois entre o diagnóstico de morte encefálica e o transplante efetivado tem um longo caminho, tem a manutenção do corpo e dos órgãos extraídos, a busca pela pessoa compatível para receber o órgão e são várias entidades que trabalham junto, respeitando a fila única do Sistema Nacional de Transplantes”, disse o coordenador de enfermagem e presidente da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do Hospital Municipal Irmã Dulce, Luiz Henrique Pereira.

 

A enfermeira coordenadora da OPO-EPM, Edjane Apolinário Borelli, participou nesta terça-feira (23) de uma capacitação sobre doação de órgãos no Hospital Irmã Dulce, e destacou o relevante trabalho da unidade praia-grandense na captação de doadores. “O Irmã Dulce é uma referência na doação de órgãos, pois tem uma equipe de CIHDOTT bem empenhada, existe uma cultura muito sólida no hospital, tendo contribuído bastante para salvar muitas vidas e também para a sociedade entender a importância do assunto. Então, essa capacitação é mais para reforçar a ideia e levar para mais profissionais, pois essas ações de educação continuada devem ser feitas periodicamente”, afirmou.

 

A enfermeira chefe da Seção de Captação e Transporte de Órgãos e Tecidos (SECAPT), da Prefeitura de Santos, Danielle Caliani, também participou da palestra e reforçou a necessidade de seguir capacitando as equipes de saúde para saber como atuar durante todo o processo. “Não adianta sensibilizar na comunidade para as pessoas doarem se dentro do hospital não temos equipe sensível e capacitada, então, esse tipo de ação ocorre o ano todo em todas as unidades. É importante não só o Setembro Verde, mas trazer essa discussão ao longo do ano, para que as pessoas lembrem, se manifestem e verbalizem para suas famílias, porque são elas que vão autorizar”, enfatizou.

 

Só no Brasil são mais de 70 mil pessoas na espera por um órgão. No país a legislação brasileira exige o consentimento da família para que seja efetivada a doação. Por isso, é importante que o doador avise os parentes, em vida, sobre seu desejo. Após a confirmação da morte encefálica, que ocorre após vários e rigorosos testes que são padronizados em todo o país, e o posterior aceite pelos familiares, o Hospital faz a manutenção do potencial doador e o contato com os responsáveis pela captação para o transplante. Esse trabalho é conduzido pelo CIHDOTT, composto por enfermeiros, médicos, psicólogo, assistente social e fisioterapeuta. Esses profissionais são especializados a atuar em todo esse processo.

 

“Precisamos promover a doação de órgãos, é um tema muito sensível, porque é o momento mais difícil da vida da família, então é desafiador. Mas é preciso que nós profissionais de saúde levemos essa informação para dentro de casa, para os vizinhos, que dialoguemos com as pessoas. Cada um de nós tem o dever social de levar as informações dessa capacitação para as pessoas, para que a sociedade tenha a informação correta e incentive outros a doar seus órgãos”, declarou durante o evento o secretário de Saúde Pública de Praia Grande, Isaías Lima.