Médicos de saúde da família e pediatras de PG fazem capacitação sobre o Programa Olhar Atento

Objetivo é qualificar e tornar mais precoce a identificação e o diagnóstico do TEA

Por: RODRIGO HERRERO MTB: 46.260 | 07/07/2025

Fotos Richard Aldrin/Prefeitura de Praia Grande


A Secretaria de Saúde Pública (Sesap) de Praia Grande está dando prosseguimento às capacitações para a implantação do programa “Olhar Atento”, que visa aprimorar a identificação, diagnóstico e terapias às pessoas com transtorno do espectro autista (TEA). Na sexta-feira (04), médicos de saúde da família e pediatras participaram do treinamento realizado pela manhã e à tarde na Unidade de Saúde da Família (Usafa) Noêmia, no Bairro Tupi.

 

O foco desta apresentação foi em uma avaliação mais especializada, com o objetivo de aprimorar a identificação e o diagnóstico para o encaminhamento mais adequado às necessidades dos pacientes. Também foi apresentado aos presentes o novo fluxo da linha de cuidado para pessoas com TEA, que vai envolver não só a equipe de saúde da família, mas também pediatras, neuropediatras e toda uma equipe multidisciplinar na avaliação, diagnóstico e acompanhamento dos pacientes com TEA.

 

“A capacitação busca reforçar junto aos médicos de saúde da família e aos pediatras da e-Multi, que atuam nas Usafas, a nova linha de cuidado do paciente TEA na rede municipal de saúde, além da parte técnica sobre investigação, diagnóstico, neuropsicologia e terapias comportamentais. Esse encontro é importante, pois os profissionais das Usafas são fundamentais na avaliação dos casos de suspeita de TEA, podendo direcionar para a equipe especialista aqueles que realmente necessitam de atendimento”, destaca o secretário-adjunto da Subsecretaria de Atenção Especializada e Vigilância em Saúde de Praia Grande, Valmir Perez Junior.

 

A Sesap teve como apoio técnico e voluntário nesta capacitação alguns profissionais especialistas no tema que atuam no Instituto Almai. Um neuropediatra, uma psicóloga e uma neuropsicóloga apresentaram elementos técnicos visando a qualificação na identificação do TEA, tornando mais precoce o acompanhamento específico em saúde, o que acaba por impactar positivamente no bem-estar do paciente.

 

“A ideia é criar um olhar para que esses profissionais fiquem mais eficientes na questão do diagnóstico, tenham mais ferramentas técnicas para que eles façam o diagnóstico mais rápido, porque quanto mais cedo o diagnóstico for feito, mais cedo é a intervenção e o tratamento”, afirma o médico Gustavo Muniz, gestor responsável pelo Instituto Almai.

 

Andamento – Em junho, mais de 300 profissionais das Usafas já haviam sido capacitados. Na ocasião, o objetivo foi qualificar a avaliação por parte da equipe de saúde da família, que vai ser o ponto de partida e o gerenciador do cuidado do paciente e de sua família. Além disso, a ação teve como objetivo sensibilizar as equipes para aprimorar o acolhimento e o acompanhamento desses pacientes nas Usafas ao longo de todo o processo de cuidado dentro da rede municipal.

 

Em breve, a capacitação se estenderá aos pedagogos comunitários que atuam na rede municipal de ensino e fazem parte da Secretaria de Educação (Seduc). Essa ação intersetorial tem como meta aprimorar a identificação dos sinais de suspeita de TEA já no ambiente escolar, potencializando esses profissionais com ferramentas que vão auxiliar a condução da criança até a Saúde e agilizar o percurso do paciente pelos serviços municipais.

 

Olhar Atento – Lançado pela Prefeitura em maio, o programa “Olhar Atento” está em implantação na rede e visa ampliar e melhorar o atendimento de pessoas com transtorno do espectro autista (TEA). O programa será completo e vai trabalhar tanto na identificação, diagnóstico, emissões de laudos, até no atendimento às terapias necessárias.

 

O objetivo central do programa é estruturar, organizar e qualificar a linha de cuidado para o diagnóstico precoce do TEA. Para isso, a Secretaria de Saúde vai reduzir o tempo de espera para consultas e diagnósticos; fortalecer a Atenção Primária e capacitar profissionais; rever os fluxos de atendimento e acompanhamento; promover a integração de ações de saúde, educação e assistência social; oferecer intervenções precoces e personalizadas para os pacientes; e monitorar e ajustar constantemente as ações do programa.

 

A porta de entrada para o programa será a Usafa, que encaminhará os casos com suspeita de TEA para triagem do pediatra. Após essa avaliação, as crianças passarão por uma equipe multidisciplinar especializada, formada por profissionais de diversas especialidades para fortalecer o diagnóstico, até o encaminhamento para o neurologista pediatra. A partir do diagnóstico deste profissional, os pacientes serão destinados para a assistência necessária na rede de saúde, sempre contando com o acompanhamento do médico de família e comunidade e, quando necessário, das demais especialidades.