Novembro Roxo é tema de evento no Hospital Municipal Irmã Dulce

Encontro teve capacitação e entrega de pezinhos de crochê feitos por voluntárias do PIC Melvi

Por: RODRIGO HERRERO MTB: 46.260 | 18/11/2025

Fotos Jairo Marques/Prefeitura de Praia Grande

O Hospital Irmã Dulce organizou um evento em alusão ao Novembro Roxo que reuniu a partilha de conhecimento, relatos emocionantes e doação de amor em forma de crochê. A atividade aconteceu na segunda-feira (17), Dia Nacional da Prematuridade. A data tem o objetivo de sensibilizar a sociedade sobre as causas e as consequências de um parto prematuro e também promover cuidados qualificados ao recém-nascido.

 

Os profissionais da unidade receberam uma extensa capacitação sobre o tema, para fortalecer os cuidados com as crianças prematuras, visando a redução dos índices de mortalidade infantil em Praia Grande. Mas além dessa parte formativa, a presidente do Fundo Social de Solidariedade, Maria Del Carmen Padin Mourão, a Maruca, participou do encontro e trouxe um verdadeiro presente para incentivar essa campanha. Foram entregues 45 chaveiros de pezinhos de crochê confeccionados por voluntárias do PIC Melvi. Os chaveiros simbolizam os cuidados pelo bem-estar dos prematuros e serão distribuídos entre os prematuros internados.

 

“Quando a gente veio fazer a entrega dos polvos de crochê em setembro nos deram essa missão de costurar um item para o Novembro Roxo. E as voluntárias do PIC Melvi imediatamente se propuseram a fazer e desenvolveram esses chaveiros com os pezinhos de crochê que foram feitos com todo amor e carinho”, disse Maruca.

 

A diretora do PIC Melvi, Edna França, destacou o empenho das voluntárias na produção do material. “Foi desafiador, mas elas trabalharam com muito afinco. É sempre gratificante poder colaborar com uma causa tão nobre quanto esta”.

 

Outro momento emocionante do evento foi o depoimento de Camila Santana da Silva, 24 anos, atendente de restaurante e mãe de Gael, 2 anos. Seu filho nasceu prematuro, com apenas 27 semanas, e foi acolhido e atendido na Maternidade do Hospital Irmã Dulce, onde ficou por 68 dias até receber alta e, hoje, saudável, ser um testemunho vivo do trabalho bem realizado pela equipe de saúde.

 

“A bolsa rompeu enquanto eu assistia a uma palestra na Usafa. Eu estava de folga nesse dia e resolvi ir ao postinho. E foi uma correria só, chamaram o SAMU e eu fui parar no Hospital. Ainda fiquei cinco dias internada até o nascimento do Gael, mas em todo o momento fui muito bem atendida pela equipe, que me explicava tudo, me orientava, as enfermeiras todas uns amores, sempre me trataram bem. O período de internação do Gael foi bem difícil, porque UTI é assustador e também cansativo, mas em todo o período os profissionais sempre procuraram me acalmar, conversavam comigo e cuidaram muito bem dele”, contou Camila, emocionando a todos.

 

Capacitação – Após muita emoção, a parte técnica ganhou espaço no Hospital Irmã Dulce, com três palestras. A primeira foi realizada pela pediatra e neonatologista do CHID, Marilene Kiskissian Martins, e o tema foi “Reanimação neonatal para bebês com 34 semanas de idade gestacional”. Em seguida, a médica Verônica Santos Coelho tratou sobre o “Protocolo de atendimento ao prematuro na admissão e primeiras 72 horas de vida na UTI Neonatal”. Por fim, a enfermeira Tatiane Luan Costa Teixeira abordou sobre “Controle térmico do prematuro”.

 

“Os recém-nascidos merecem nossa atenção. Nosso foco é conseguir, com ajuda da equipe do Hospital, reduzir a mortalidade em nosso município, então, vamos treinar cada vez mais as pessoas para isso ocorrer, abordando desde o pré natal, nascimento, cuidados especializados na UTIs neonatais e ambulatórios de pós-altas desses bebês. A data é importante para conscientizarmos também a população quanto a necessidade de planejamento para a gravidez, um pré-natal adequado e todas as informações possíveis quanto ao riscos da prematuridade não só para gestantes mas toda a sua família. Praia Grande conta com uma linha de cuidado completa do pré-natal até a alta responsável, mas sempre existem pontos de melhoria que precisam ser trabalhados e por isso fazemos essas capacitações”, afirmou Marilene.

 

A secretária-adjunta de Saúde Pública de Praia Grande, Lucia Helena Alcântara, também participou do encontro e destacou a importância desse trabalho para garantir maior chance de sobrevida aos bebês prematuros. “É um dia muito importante, pois reforça a mensagem de que fazendo as coisas na saúde de forma precoce você pode salvar um neonatal e garantir no futuro um adulto saudável e feliz”.

 

Dia da Prematuridade – Em Praia Grande, o dia 17 de novembro é conhecido como o Dia Municipal da Prematuridade desde 2 de outubro de 2019, a partir da lei nº 1.955. O Governo Federal, com a lei nº 15.198/2025, dispôs sobre ações relacionadas ao enfrentamento do parto prematuro e instituiu o Novembro Roxo, o Dia Nacional da Prematuridade e a Semana da Prematuridade. A cor roxa foi escolhida pois simboliza a sensibilidade, empatia, a delicadeza e a individualidade dos bebês prematuros, assim como a transformação e a superação que eles representam.


A campanha deste ano tem como slogan a frase “Garanta aos prematuros começos saudáveis para futuros brilhantes”. E no Brasil essa temática é fundamental, pois é o país com mais nascimentos prematuros no mundo e a prematuridade é a principal causa de mortalidade neonatal, o que reforça a importância do cuidado com os pequeninos.

 

Polvos de crochê – Os pezinhos de crochê estão relacionados com outro projeto social em Praia Grande. Há oito anos é realizado esse trabalho de confecção e doação dos polvos de crochê para a Maternidade do Hospital Irmã Dulce. Pesquisas apontam que os polvos de crochê levam conforto para os pequenos no período em que estão internados, recebendo tratamento. Desde o início do projeto, mais de 500 unidades já foram entregues.

 

O projeto, com origem na Dinamarca, em 2013, confecciona polvos de crochê e os doa para bebês prematuros em unidades de tratamento intensivo neonatais. O objetivo é que, quando abraçado, o brinquedo transmita calma e proteção ao recém-nascido, já que os tentáculos remetem ao cordão umbilical e causam a sensação de segurança parecida com a do útero materno.

 

Quando as crianças nascem prematuras precisam ficar conectadas a muitos aparelhos. Nessa situação elas podem puxar os fios desses equipamentos. Com a tranquilidade transmitida pelos polvos, a tendência é que esses bebês de acalmem e não removam os sensores. Para saber mais sobre o projeto, basta entrar em contato com o PIC Melvi, por meio do telefone 3496-5064.