PG contra a dengue: conheça os sintomas da doença e onde procurar atendimento

Município fortaleceu e ampliou as ações de enfrentamento

Por: RODRIGO HERRERO MTB: 46.260 | 10/04/2024

Fotos: Fred Casagrande (Prefeitura de Praia Grande )

Praia Grande está atuando ativamente no combate ao mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Em situação de emergência em saúde pública para a dengue desde 8 de março, o Município fortaleceu e ampliou uma série de ações de enfrentamento deste problema.

 

Todas as unidades de saúde estão de prontidão, atendendo os pacientes com sintomas da doença. As 30 Unidades de Saúde da Família (Usafas) fazem o acompanhamento de casos mais leves e realizam o exame de sorologia para identificar os casos positivos. Os atendimentos de maior urgência são recebidos pelas Unidades de Pronto-Atendimento (UPA) Quietude e Samambaia e pelo Pronto-Socorro Central, no Bairro Guilhermina.

 

E para ajudar a identificar o que a pessoa tem e onde procurar atendimento, é importante conhecer os sintomas da dengue, as fases da doença e seus sinais de alerta. Os sintomas mais comuns são: febre alta de início súbito, dores pelo corpo, dores musculares e nas articulações, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, manchas vermelhas no corpo e cansaço intenso.

 

Em geral, esses sintomas costumam se manifestar entre 3 a 5 dias após a picada do mosquito infectado. Eles são intensos e duram de 7 a 15 dias. Nesse caso, é recomendável que o cidadão procure a Usafa mais próxima. O paciente é acolhido e, de acordo com os sintomas informados, recebe as orientações médicas e o tratamento adequado. Na Usafa também é colhido o exame de sorologia, a partir do sexto dia dos sintomas. Ele serve para verificar os casos positivos, auxiliando nas ações da equipe de Saúde Ambiental que atua no combate ao mosquito e à proliferação de larvas e criadouros.

 

Sinais de alarme – Grande parte das pessoas infectadas pela dengue não desenvolvem sintomas. No entanto, aquelas que manifestam a doença podem evoluir para casos mais graves. Por isso, é importante ficar atento aos sinais de alarme. Entre eles, são: dor abdominal intensa, vômitos persistentes, sangramento, aumento do fígado, acúmulo de líquido.

 

“Quando o paciente tem qualquer sinal de gravidade ou sangramento ele deve procurar uma UPA ou o PS Central para fazer um exame de sangue e depois, estando normal, continua com seu acompanhamento na Usafa. Caso tenha algum outro sinal de gravidade, volta à UPA para fazer exame de novo. Teve sangramento espontâneo, apresentou uma dor abdominal intensa que surge do nada, alterou um pouquinho o nível de consciência, com febre e dor no corpo, esse combinado de coisas indica a necessidade de procurar atendimento de emergência”, explica a médica Fernanda Quintão, da Secretaria de Saúde Pública (Sesap) de Praia Grande.

 

E mesmo com a melhora dos sintomas, a pessoa deve ficar alerta a qualquer sinal de piora. “Às vezes a pessoa melhorou, mas teve um sangramento. Nesse caso, ela precisa procurar uma unidade de pronto-atendimento, porque a dengue tem essa questão de após um período de febre a pessoa melhora e, logo depois, inicia um sinal de gravidade, que chamamos de fase crítica. Ou, mesmo depois que acaba a febre, se tiver qualquer sangramento, busque atendimento de emergência. E também é importante que, na melhora, volte para ser avaliado na Usafa”, orienta a médica.

 

Tratamento – O tratamento é baseado principalmente na reposição adequada de líquidos e analgésico para combater dor e febre. Em casos mais graves, pode ser aplicado soro venoso. Em casa, a pessoa deve seguir as orientações médicas, além de repousar e beber líquidos.

 

É necessário também evitar a automedicação, pois alguns remédios podem agravar casos de dengue. E em caso de sangramento ou algum sinal de alarme acima citado, procure atendimento o mais rápido possível.

 

Repelente – Uma forma de prevenir a dengue é utilizando repelente, inclusive se a pessoa está com sintomas de dengue. “Isso vai impedir que um mosquito sadio se contamine com o sangue de uma pessoa com dengue e transmita o vírus para outra”, afirma a médica.

 

Demais ações – Durante todo o ano, os agentes de combate às endemias do Município estão percorrendo os bairros e visitando as residências para a realização do bloqueio de criadouros, além de orientar a população para evitar o surgimento de locais propícios para a criação de larvas do vetor das doenças.

 

Também estão sendo visitadas obras e pontos estratégicos, casos de cemitério, desmanche de veículos, borracharias e locais de reciclagem de materiais. O trabalho de nebulização em áreas de casos confirmados segue sendo efetuado pelo Município, seguindo os critérios preconizados pelo Ministério da Saúde. Ainda fazem parte das atividades as campanhas educativas nas unidades de saúde e nas escolas municipais, por meio do setor de Informação, Educação e Comunicação (IEC), da Divisão de Saúde Ambiental.

 

Outra iniciativa que continua em desenvolvimento é o uso das armadilhas ovitrampas, criadas para capturar o mosquito Aedes Aegypti. Instaladas em lugares de maior risco, as armadilhas seguem sob monitoramento e servem para indicar os tipos de mosquitos que estão sobrevoando por aquele local, ampliando as possibilidades de vigilância e ação dos técnicos da Sesap.

 

Fumacê – Praia Grande tem reforçado os trabalhos de nebulização com a máquina pulverizadora acoplada ao carro, conhecido popularmente como fumacê. Atualmente as ações ocorrem no Bairro Guilhermina, após o término no Tupi. O local seguinte a receber o serviço depende do número de casos positivos e da análise de outros dados, que são sempre avaliados uma semana antes da liberação do carro para determinado bairro.

 

Essas atividades ocorrem em cada bairro em torno de quatro a cinco semanas. A localidade é dividida entre quatro e cinco trechos e, a cada semana, um trecho diferente recebe o carro fumacê. E para reforçar a ação, o veículo passa três vezes em cada trecho.

 

Faça a sua parte – A população também precisa fazer a sua parte na guerra contra o mosquito Aedes Aegypti, pois mais de 90% dos focos do mosquito estão nas residências. Veja como:

 

- Mantenha a caixa d’água bem fechada e coloque uma tela no ladrão da caixa d’água;

- Remova folhas, galhos e tudo que possa impedir a água de correr pelas calhas;

- Elimine os pratinhos de vasos de plantas ou coloque areia até a borda do prato;

- Mantenha os ralos telados e limpos jogando sal e cloro;

- Mantenha latas e garrafas com a boca virada para baixo e pneus em locais cobertos;

- Faça sempre a manutenção de piscinas ou fontes usando os produtos químicos apropriados.

 

Outra dica é descartar os pneus velhos e outros itens que acumulam água em um dos Ecopontos do Município. Os endereços podem ser consultados na Carta de Serviços, disponível no site (www.praiagrande.sp.gov.br).

 

Denúncia – Caso o munícipe queira fazer uma denúncia sobre focos de dengue, ele poderá entrar em contato com a Ouvidoria SUS (telefones 0800-773-3020 / 3472-9764, e-mail: atendimentosaude@praiagrande.sp.gov.br ou presencialmente na Rua João de Souza, s/n°, Mirim, segunda à sexta, das 9h às 16h) para que a equipe da Saúde Ambiental seja acionada e possa fazer uma vistoria na casa.

 

As equipes fazem ainda a soltura de peixes da espécie Lebiste, conhecido como Barrigudinho, em grandes locais com água parada. Esse peixe come as larvas e ovos do Aedes Aegypti e de outros mosquitos.