Valorização da cultura local é tema de laboratório inédito no PIC Sítio do Campo

Conteúdo é apresentado pela revelação da arquitetura praia-grandense, Gabriel Fernandes

Por: MICHEL PENNA MTB: 73.734 | 10/07/2025

Foto Amauri Pinilha / Prefeitura de Praia Grande

Valorizar a cultura local e dar o devido reconhecimento que ela merece. Esse é o objetivo do arquiteto praia-grandense Gabriel Fernandes e do Fundo Social de Solidariedade do Município, que decidiram firmar parceria e prestigiar um dos elementos mais característicos da região: o Jundu.

 

Para isso, Gabriel e o Fundo Social deram início, nesta semana, a um laboratório cultural inédito no PIC Sítio do Campo, que visa justamente dar mais visibilidade a essa vegetação típica de cidades costeiras, como Praia Grande. “Nós queríamos retratar algo que fosse característico de nossa Cidade e que tivesse, de certa forma, uma referência embasada em nosso território, na nossa maneira de ver e viver em Praia Grande”, destacou o arquiteto.

 

Segundo ele, não haveria melhor forma de retratar essa planta fundamental para a proteção da faixa de areia e para a preservação das praias do que o artesanato, um dos carros-chefes do Município quando o assunto é a expressão por meio da arte, e a escolha mais acertada para seguir neste caminho era, de fato, uma parceria com o Fundo Social. Foi através dela que veio a ideia de trabalhar o projeto com alunas e professoras de artesanato das unidades do PIC (Programa de Integração e Cidadania).

 

“Na verdade, teremos uma verdadeira e contínua troca de experiências. Tenho algumas coisas para mostrar a elas e tenho certeza que também aprenderei bastante com cada uma. Até porque não estamos aqui para dizer o que é certo e errado, mas sim para olhar para o trabalho de forma coletiva, crescer com ele e entender quais lugares conseguimos alcançar juntos, dando mais alcance e visibilidade ao talento de cada uma, assim como para os artistas da Cidade como um todo. O intuito é ressaltar a alma do nosso lugar, com base naquilo que fica como registro, afinal, o que fazemos com as mãos diz muito mais de quem nós somos do que qualquer outra coisa”, acrescentou Gabriel.

 

A aluna do PIC Melvi, Cíntia Aparecida, foi uma das presentes que acompanharam a primeira aula do laboratório cultural. Cíntia, inclusive, se emocionou ao lembrar de sua trajetória no artesanato. “Moro na Praia Grande há seis anos e, assim que cheguei, sozinha, lembrei muito dos tempos que passei com minha avó e que a via costurando naquelas máquinas antigas, de pedal, mas que nunca tive a oportunidade de aprender. Então conheci o PIC e pedi para a diretora me deixar fazer uma aula experimental de costura. Foi aí que me apaixonei pela área e só tenho que agradecer por todas as pessoas maravilhosas que me incentivaram e que tiveram toda a paciência para me ensinar. E pretendo continuar aprendendo, estudando outras áreas do artesanato”.

 

A professora de corte e costura dos PICs Quietude, Real e Vila Alice, Zilda Moreira, é uma das responsáveis por passar esse conhecimento às alunas. “Estou nos PICs desde 2017 e tenho a maior alegria de fazer parte disso. Inclusive, quando não estou em aula nos PICs, vou ao Fundo Social ajudar na preparação das peças que são disponibilizadas nos Bazares Sociais da Cidade. É muito prazeroso. Mas também tenho muito a aprender ainda: por exemplo, também gosto de fazer bonecas de pano e ainda quero aprender a fazer peças mais realistas”, disse.

 

A presidente do Fundo Social, Maria Del Carmen Padin Mourão, a Dona Maruca, exaltou a importância de momentos como esse. “Toda oportunidade de valorizarmos a cultura e a arte local é sempre bem-vinda e essa parceria com o Gabriel é exatamente para isso: ressaltar um elemento característico de nossa região e ainda gerar diferentes conhecimentos para nossas alunas e professoras”.